quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Relações ecológicas

Relações ecológicas
Em um ecossistema, os seres vivos relacionam-se com o ambiente físico e também entre si, formando o que chamamos de relações ecológicas.
As relações ecológicas ocorrem dentro da mesma população (isto é, entre indivíduos da mesma espécie), ou entre populações diferentes (entre indivíduos de espécies diferentes). Essas relações estabelecem-se na busca por alimento, água, espaço, abrigo, luz ou parceiros para reprodução.

A seguir veremos alguns exemplos desses tipos de relações.

Relações Harmônicas (relações positivas)

Intra-específica (entre indivíduos da mesma espécie)

Sociedade
União permanente entre indivíduos em que há divisão de trabalho. Ex.: insetos sociais (abelhas, formigas e cupins)
O que mais chama a atenção em uma colméia é a sua organização. Todo o trabalho é feito por abelhas que não se reproduzem, as operárias. Elas se encarregam de colher o néctar das flores, de limpar e defender a colméia e de alimentar as rainhas e as larvas (as futuras abelhas) com mel, que é produzido a partir do néctar.
A rainha é a única fêmea fértil da colméia coloca os ovos que irão originar outras operárias e também os zangões (os machos), cuja única função é fecundar a rainha.
Portanto, uma sociedade é composta por um grupo de indivíduos da mesma espécie que vivem juntos de forma a permanente e cooperando entre si.
Entre os mamíferos também encontramos vários exemplos de sociedades, como os dos castores, a dos gorilas, a dos babuínos e a da própria espécie humana. A divisão de trabalho não é tão rigorosa quanto as abelhas, mas também há varias formas de cooperação. É comum, por exemplo, um animal soltar um grito de alarme quando vê um predador se aproximar do grupo; ou mesmo um animal dividir alimento com outros.

Colônia
Associação anatômica formando uma unidade estrutural e funcional. Ex.: coral-cérebro, caravela.
Colônia é um grupo de organismos da mesma espécie que formam uma entidade diferente dos organismos individuais. Por vezes, alguns destes indivíduos especializam-se em determinadas funções necessárias à colônia. Um recife de coral, por exemplo, é construído por milhões de pequenos animais (pólipos) que secretam à sua volta um esqueleto rígido. A garrafa-azul (Physalia) é formada por centenas de pólipos seguros a um flutuador, especializados nas diferentes funções, como a alimentação e a defesa; cada um deles não sobrevive isolado da colônia.
As bactérias e outros organismos unicelulares também se agrupam muitas vezes dentro de um invólucro mucoso.
As abelhas e formigas, por outro lado, diferenciam-se em rainha, zangão com funções reprodutivas e as obreiras (ou operárias) com outras funções, mas cada indivíduo pode sobreviver separadamente. Por isso, estas espécies são chamadas eusociais, ou seja, formam uma sociedade e não uma colônia.


Interespecífica (entre indivíduos de espécies diferentes)

Mutualismo
Associação obrigatória entre indivíduos, em que ambos se beneficiam. Ex.: líquen, bois e microorganismos do sistema digestório.
Abelhas, beija-flores e borboletas são alguns animais que se alimentam do néctar das flores. O néctar é produzido na base das pétalas das flores e é um produto rico em açucares.  Quando abelhas, borboletas e beija-flores colhem o néctar, grãos de pólen se depositam em seu corpo. O pólen contém células reprodutoras masculinas da planta. Pousando em outra flor, esses insetos deixam cair o pólen na parte feminina da planta. As duas células reprodutoras - a masculina e a feminina - irão então se unir e dar origem ao embrião (contido dentro da semente). Perceba que existe uma relação entre esses insetos e a planta em que ambos lucram. Esse tipo de relação entre duas espécies diferentes e que traz benefícios para ambas é chamada mutualismo. Os animais polinizadores obtêm alimento e a planta se reproduz.
Outro exemplo, é os liquens, associação mutualística entre algas e fungos. Os fungos protegem as algas e fornecem-lhes água, sais minerais e gás carbônico, que retiram do ambiente. As algas, por sua vez, fazem a fotossíntese e, assim, produzem parte do alimento consumido pelos fungos.

     
Liquens e polinizadores 
Interespecífica (entre indivíduos de espécies diferentes)

Comensalismo
Associação em que um indivíduo aproveita restos de alimentares do outro, sem prejudicá-lo. Ex.: Tubarão e Rêmoras, Leão e a Hiena, Urubu e o Homem.
Tubarão e Peixe Rêmora – O tubarão é reconhecidamente o maior predador dos mares, ou seja, o indivíduo que normalmente ocupa o ápice da cadeia alimentar no talassociclo.  Já o peixe-rêmora é pequeno e incapaz de realizar a façanha do predatismo.  O peixe-rêmora vive então associado ao grande tubarão, preso em seu ventre através de uma ventosa (semelhante a um disco adesivo). Enquanto o tubarão encontra uma presa, estraçalhando-a e devorando-a, a rêmora aguarda pacientemente, limitando-se a comer apenas o que o grande tubarão não quis. Após a refeição, o peixe-rêmora busca associar-se novamente a outro tubarão faminto.Para a rêmora a relação é benéfica, já para o tubarão é totalmente neutra. 

Leão e a Hiena – os leões são grandes felinos e ferozes caçadores típicos das savanas africanas.  Eles vivem em bandos e passam a maior parte do dia dormindo (cerca de 20 horas, segundo alguns etologistas).  Entretanto são caçadores situando-se, a exemplo dos tubarões, no ápice da cadeia alimentar.  As hienas são pequenas canídeas que também se agrupam em bandos, mas que vivem a espreita dos clãs dos leões.  Quando os leões estão caçando, as hienas escondem-se esperando que todo o grupo de felinos se alimente.  As hienas aguardam apenas o momento em que os leões abandonam as carcaças das presas para só assim se alimentarem. 
Urubu e o Homem - O urubu ou abutre (nomes vulgares que variam de acordo com a localização, mas que na verdade representam aves com o mesmo estilo de vida) é um comensal do homem.  O homem é o ser da natureza que mais desperdiça alimentos. Grande parte dos resíduos sólidos das grandes cidades é formado por materiais orgânicos que com um tratamento a baixos custos retornariam à natureza de forma mais racional.  O urubu é uma grande ave que se vale exatamente deste desperdício do homem em relação aos restos de alimentos.

Protocooperação
Associação facultativa entre indivíduos, em que ambos se beneficiam. Ex.: Anêmona do Mar e paguro, gado e anum (limpeza dos carrapatos), crocodilo africano e ave palito (higiene bucal).
Às margens do rio Nilo, na África, os ecólogos perceberam a existência de um singular exemplo de protocooperação entre os perigosos crocodilos e o sublime pássaro-palito.  Durante a sesta os gigantescos crocodilos abrem sua boca permitindo que um pequeno pássaro (o pássaro-palito) fique recolhendo restos alimentares e pequenos vermes dentre suas poderosas e fortes presas.  A relação era tipicamente considerada como um exemplo de comensalismo, pois para alguns apenas o pássaro se beneficiava.  Entretanto, a retirada de vermes parasitas faz do crocodilo um beneficiado na relação, o que passa a caracterizar a protocooperação. 
Outro exemplo é do boi e do anum. Os bois e vacas são comumente atacados por parasitas externos (ectoparasitas), pequenos artrópodes conhecidos vulgarmente por carrapatos.  E o anum preto (Crotophaga ani) tem como refeição predileta estes pequenos parasitas.  A relação é benéfica para ambos (o boi se livra do parasita e o anum se alimenta).


Bernardo-eremita e Anemôna-do-mar - O bernardo-eremita é um crustáceo do gênero Pagurus cuja principal característica é a de possuir a região abdominal frágil, em razão do exoesqueleto não possuir a mesma resistência do cefalotórax.  Este crustáceo ao atingir a fase adulta (ainda em processo de crescimento, portanto realizando as mudas) procura uma concha de molusco gastrópode (caramujo) abandonada, e instala-se dentro desta.  De certa forma o crustáceo permanece protegido.  Entretanto, alguns predadores, ainda assim conseguem retirar o Pagurus de dentro da concha.  É aí que entra a anêmona-do-mar, um cnidário.  Como todos os cnidários (ou celenterados), a anêmona-do-mar é dotada de estruturas que liberam substâncias urticantes com a finalidade de defender-se.  A associação beneficia tanto a anêmona quanto o Bernardo: o Bernardo consegue proteção quando uma anêmona se instala sobre sua concha (emprestada), pois nenhum predador chega perto.  Já a anêmona beneficia-se porque seu “cardápio” alimentar melhora bastante quando de “carona” na concha do Bernardo.  A anêmona normalmente faz a captação de seus alimentos (partículas) através de seus inúmeros tentáculos, esperando que estes passem por perto.  Na carona do Bernardo há um significativo aumento no campo de alimentação para a anêmona. 


Eremita com anêmona grudada em sua concha. 
Canibalismo
Relação desarmônica em que um indivíduo mata outro da mesma espécie para se alimentar. Ex.: louva-a-Deus, aracnídeos, filhotes de tubarão no ventre materno.
Louva-a-deus – o louva-a-deus é um artrópode da classe dos insetos (família Mantoideae).  Este inseto é verde e recebe este nome por causa da posição de suas patas anteriores, juntas com tarsos dobrados, como se estivesse rezando.  Neste grupo de insetos o canibalismo é muito comum, principalmente no que tange o processo reprodutivo.  É hábito comum as fêmeas devorarem os machos numa luta que antecede a cópula. 


Galináceos jovens – os jovens pintinhos com dias de nascidos, quando agrupados em galpões não suficientemente grandes para abrigá-los podem, ocasionalmente apresentar canibalismo, como uma forma de controlar o tamanho da população.


Amensalismo
Relação em que indivíduos de uma espécie produzem toxinas que inibem ou impedem o desenvolvimento de outras. Ex.: Maré vermelha, cobra (veneno) e homem, fungo penicillium (penicilina) e bactérias.
A Penicilina foi descoberta em 1928 quando Alexander Fleming, no seu laboratório no Hospital St Mary em Londres, reparou que uma das suas culturas de Staphylococcus tinha sido contaminada por um bolor Penicillium, e que em redor das colônias do fungo não havia bactérias. Ele demonstrou que o fungo produzia uma substância responsável pelo efeito bactericida, a penicilina.
A Maré vermelha é a proliferação de algumas espécies de algas tóxicas. Muitas delas de cor avermelhada, e que geralmente ocorre ocasionalmente nos mares de todo o planeta. Encontramos essas plantas apenas no fundo do mar. Em situações como mudanças de temperatura, alteração na salinidade e despejo de esgoto nas águas do mar, elas se multiplicam e sobem à superfície, onde liberam toxinas que matam um grande número de peixes, mariscos e outros seres da fauna marinha.

Quando isso acontece, grandes manchas vermelhas são vistas na superfície da água. Os seres contaminados por essas toxinas tornam-se impróprios para o consumo humano.
Maré vermelha

Sinfilia
Indivíduos mantém em cativeiro indivíduos de outra espécie, para obter vantagens. Ex.: formigas e pulgões.
Os pulgões são parasitas de certos vegetais, e se alimentam da seiva elaborada que retiram dos vasos liberinos das plantas. A seiva elaborada é rica em açúcares e pobre em aminoácidos. Por absorverem muito açúcar, os pulgões eliminam o seu excesso pelo ânus. Esse açúcar eliminado é aproveitado pelas formigas, que chegam a acariciar com suas antenas o abdômen dos pulgões, fazendo-os eliminar mais açúcar. As formigas transportam os pulgões para os seus formigueiros e os colocam sobre raízes delicadas, para que delas retirem a seiva elaborada. Muitas vezes as formigas cuidam da prole dos pulgões para que no futuro, escravizando-os, obtenham açúcar. Quando se leva em consideração o fato das formigas protegerem os pulgões das joaninhas, a interação é harmônica, sendo um tipo de protocooperação.

Predatismo
Relação em que um animal captura e mata indivíduos de outra espécie para se alimentar. Ex.: cobra e rato, homem e gado.
Todos os carnívoros são animais predadores. É o que acontece com o leão, o lobo, o tigre, a onça, que caçam veados, zebras e tantos outros animais.
O predador pode atacar e devorar também plantas, como acontece com o gafanhoto, que, em bandos, devoram rapidamente toda uma plantação. Nos casos em que a espécie predada é vegetal, costuma-se dar ao predatismo o nome de herbivorismo.
Raros são os casos em que o predador é uma planta. As plantas carnívoras, no entanto, são excelentes exemplos, pois aprisionam e digerem principalmente insetos.
O predatismo é uma forma de controle biológico natural sobre a população da espécie da presa. Embora o predatismo seja desfavorável à presa como indivíduo, pode favorecer a sua população, evitando que ocorra aumento exagerado do número de indivíduos, o que acabaria provocando competição devido à falta de espaço, parceiro reprodutivo e alimento.  No entanto ao diminuir a população de presas é possível que ocorra a diminuição dos predadores por falta de comida. Em conseqüência, a falta de predadores pode provocar um aumento da população de presas. Essa regulação do controle populacional colabora para a manutenção do equilíbrio ecológico

Parasitismo: Indivíduos de uma espécie vivem no corpo de outro, do qual retiram alimento. Ex.: Gado e carrapato, lombrigas e vermes parasitas do ser humano.
A lombriga é um exemplo de parasita. É um organismo que se instala no corpo de outro (o hospedeiro) para extrair alimento, provocando-lhes doenças. Os vermes parasitas fazem a pessoa ficar mal nutrida e perder peso. Em crianças, podem prejudicar até o crescimento.
As adaptações ao parasitismo são assombrosas - desde a transformação das probóscides dos mosquitos num aparelho de sucção, até à redução ou mesmo desaparecimento de praticamente todos os órgãos, com exceção dos órgãos da alimentação e os reprodutores, como acontece com as tênias e lombrigas.

 
Lombriga (Ascaris lumbricoides) e mosquito

Competição Interespecífica: Disputa por recursos escassos no ambiente entre indivíduos de espécies diferentes. Ex.: Peixe Piloto e Rêmora (por restos deixados pelo tubarão)
Tanto o Peixe Piloto quanto a Rêmora comem os restos deixados pelos tubarões por tanto possuem o mesmo nicho ecológico e acabam disputando por espaço nele.
  
Peixe piloto e rêmora em volta do tubarão 

Referência:
www.sobiologia.com.br/conteudos/Ecologia/relacoesecologicas


Cadeia alimentar

Cadeia alimentar

O equilíbrio ecológico depende diretamente da interação, das trocas e das relações que os seres vivos estabelecem entre si e com o ambiente.
Os seres respiram, vivem sobre o solo ou na água, obtêm alimento, aquecem-se com o calor do Sol, abrigam-se, reproduzem-se, morrem, se decompõem etc. Nesses processos, o ar, o solo, a água e a luz solar interagem de forma intensa com as plantas, os animais e os demais seres vivos. Essa interação garante a dinâmica vida da biosfera. A Amazônia, por exemplo, abriga uma rica diversidade biológica que inclui aproximadamente 20% de todas as espécies existentes no planeta. Esse é um fato intimamente relacionado à incidência dos raios solares na região equatorial, à abundância de água e ao sistema de manutenção da umidade e dos nutrientes do solo.

Obtendo Energia para Viver
Todos os seres vivos precisam de energia para produzir as substâncias necessárias à manutenção da vida e à reprodução. Os seres vivos obtêm a energia basicamente de duas maneiras: Os clorofilados, através da energia do Sol, e os não-clorofilados, a partir da alimentação dos clorofilados.
Vamos explicar melhor:
A cadeia alimentar é uma sequêncianismos que mostra quem se alimenta de quem.
Por exemplo:
O ser humano (ser vivo não-clorofilado) ao comer um bife, está mastigando a carne de um boi (ser vivo não-clorofilado) que se alimentou de capim (ser clorofilado). O capim obtém a energia para crescer a partir da luz do Sol, em um processo chamado fotossíntese, e por este motivo é chamado de produtor. Já os organismos não clorofilados são chamados de consumidores. Olhe o esquema abaixo:
Produtores     Consumidores  primários     Consumidores secundários
Capim


Boi

Ser Humano

Produtores
Como exemplos de produtores temos as plantas e as algas, seres clorofilados, que não se alimentam de outro ser vivo obtendo do Sol a sua energia de que necessita para a fotossíntese.
No processo da fotossíntese, as plantas retiram água e sais minerais do solo pelas raízes. Na maioria das plantas, a água é levada até as folhas através de pequenos tubos, os vasos condutores de seiva bruta. A folha retira também um gás do ar, o gás carbônico. As plantas usam então o gás carbônico, a água e a luz solar  absorvida graças à clorofila (pigmento verde presente principalmente nas folhas) para fabricar açúcares. Esse processo é chamado fotossíntese.
Não é só o açúcar que você conhece, usado para adoçar o café e os doces, que é fabricado pelas plantas. O arroz, a batata, a banana, o feijão, o macarrão, ou qualquer outro alimento de origem vegetal, são constituídos de um tipo de açúcar (chamado de amido) também fabricado pelas plantas no processo da fotossíntese.
Além dos açúcares a fotossíntese dá origem ao gás oxigênio. O oxigênio é então lançado no ar ou na água (no caso de plantas aquáticas). E, por fim, os animais e as plantas usam esse gás e o alimento para produzir energia.

Podemos resumir a fotossíntese assim:
gás carbônico + água + luz solar -------> açúcar + oxigênio

Esse esquema pode ser lido da seguinte maneira: o gás carbônico se combina com a água  e com a energia da luz solar transformando-se (a seta indica transformação) em açúcar e oxigênio.
O açúcar produzido pela fotossíntese recebe o nome de glicose. Quando essa glicose é produzida em excesso ela é "guardada" pela planta na forma de amido. O amido nada mais é do que várias moléculas de glicose ligadas uma as outras.



Os seres clorofilados são classificados como produtores porque, utilizando diretamente a energia solar, a água e o gás carbônico, para produzir as substâncias necessárias à manutenção das suas atividades vitais, garantindo o seu crescimento e a sua reprodução.


O pulmão do mundo?
Até pouco tempo, acreditava-se que a região amazônica era a grande responsável pela manutenção dos níveis de oxigênio da terra, sendo popularmente chamada de ‘pulmão da terra’. Porém, recentes pesquisas descobriram a existência de um novo “pulmão”: as algas marinhas. Apesar de se apresentar nas cores verdes, azuis, marrons, amarelas e vermelhas, todas as algas possuem clorofila e fazem fotossíntese. Como são muito numerosas, que se atribui a sua fotossíntese a maior parte de oxigênio existente no planeta.

Todos os seres vivos respiram

Imagine a seguinte situação: depois de dirigir por um tempo, o motorista teve de parar e abastecer o carro. Você já se perguntou para onde vai o combustível? E por que o carro pára se ficar sem combustível?
O combustível se mistura com o oxigênio e é queimado, transformando-se em gás carbônico e água (na forma de vapor), que saem pelo escapamento. Essa queima de gasolina ou de outro combustível é chamada de combustão.
É pela respiração que a energia do alimento é usada para as atividades do organismo. Veja um resumo da respiração:
glicose + oxigênio ----> gás carbônico + água + energia
A energia originada pela respiração será usada para a realização de todas as atividades dos seres vivos. Você, por exemplo, precisa de energia para crescer, andar, correr, falar, pensar e muito mais.

A planta faz fotossíntese e também respira!
A respiração não é feita apenas pelos animais. Todos os seres vivos respiram, inclusive as plantas. Isso quer dizer que as plantas usam, na respiração, parte do alimento que fabricam na fotossíntese. Com isso conseguem energia para o crescimento da raiz, do caule, das folhas, etc. A outra parte da energia (da glicose) produzida pela planta na fotossíntese é armazenada em forma de amido servindo de reserva para a planta. A semente, por exemplo, irá crescer inicialmente com a energia dos açucares que ela armazena.

Do produtor ao consumidor
Nas cadeias alimentares encontramos animais que se alimentam de plantas: são chamados animais herbívoros. Outros animais comem os animais herbívoros: são os carnívoros. E ainda há carnívoros que comem outros carnívoros e animais que comem tanto as plantas quanto outros animais, sendo chamados de onívoros. Todos esses organismos que se alimentam de outros seres são chamados de consumidores.

Para simplificar chamamos o primeiro consumidor da cadeia, isto é, os animais herbívoros, de consumidores primários ou consumidores de primeira ordem. Os animais que vêm logo em seguida são classificados como consumidores secundários. Os seguintes são consumidores terciários, quaternários e assim por diante. Podem existir consumidores de quinta ordem ou mais, mas as cadeias não vão muito além disso.
  
A Reciclagem da Natureza: Os Decompositores

Papel, latas, garrafas, para fabricar esses e outros materiais o ser humano consome diversos produtos da natureza, como metais e árvores. À medida que a população aumenta, o consumo de matérias-primas também cresce, mais árvores são derrubadas, mais minerais são extraídos do solo, novas usinas de energia têm de ser construídas.
Uma das maneiras de diminuir os problemas que o ser humano provoca na natureza ao extrair tantos recursos seria aumentar a reciclagem, isto é, o reaproveitamento de diversos materiais. Com isso, economizamos energia e diminuímos a destruição dos recursos naturais. Pense quantas árvores podem deixar de ser abatidas se reciclarmos o papel dos jornais, por exemplo, para fabricar outros papéis.
Nos ambientes naturais, ocorre um tipo de reciclagem feito por diversos organismos que se alimentam de plantas e animais mortos e também de fezes e urina. Os principais organismos que realizam esse trabalho são as bactérias e os fungos (ou cogumelos). São esses organismos que fazem uma fruta apodrecer, por exemplo.
Esses seres da mesma forma que os animais e as plantas precisam de energia para as suas atividades. A diferença, porém, é que seu alimento são "restos" de outros seres vivos.
Assim, quando parte de uma planta cai no solo ou um animal morre, os açúcares, as gorduras e as proteínas que formam seu corpo são atacados por bactérias e fungos e transformados em gás carbônico, água e sais minerais pela respiração desses organismos.
Por sua vez, essas substâncias (o gás carbônico, a água e  os sais minerais) são liberadas para o ambiente e podem ser reaproveitas pelas plantas na construção de açucares, proteínas e outras substâncias que vão formar seu corpo.
Esse processo, realizado principalmente por bactérias e fungos, é chamado decomposição. Bactérias e fungos são exemplos de organismos decompositores.
A decomposição faz a matéria que é retirada do solo pelas plantas (e aproveitada em seu crescimento) voltar ao solo. Dizemos então que há um ciclo da matéria na natureza: a matéria passa do solo para os seres vivos e dos seres vivos para o solo.
Imagine o que aconteceria se a decomposição fosse interrompida: cadáveres e lixo iriam se acumular e faltariam às plantas diversos minerais necessários para a sobrevivência. Consequentemente, sem plantas, os animais também não teriam alimento.

Podemos reciclar energia?
Uma lâmpada transforma energia elétrica em luz. Mas uma parte da energia elétrica é transformada também em calor: a lâmpada esquenta quando está ligada. Um rádio transforma energia elétrica em som, mas ele também esquenta, porque uma parte da energia elétrica é transferida sob forma de calor para o ambiente.
Os seres vivos também estão sempre liberando para o ambiente uma parte da energia dos alimentos sob forma de calor. Mas, como você já sabe, a energia usada pela planta na fotossíntese vem da luz do Sol e não do calor gerado pelos organismos.
Desse modo ao contrário do que ocorre com a matéria, a energia não é completamente reciclada nas cadeias alimentares. De onde, então, vem a energia? Do Sol. É o Sol que constantemente fornece, energia sob a forma de luz.
Você pode perceber então a importância do Sol: ele é a fonte de energia que mantém a fotossíntese na Terra e, conseqüentemente, todas as formas de vida. 
A teia alimentar

Na natureza, alguns seres podem ocupar vários papéis em diferentes cadeias alimentares. Quando comemos uma maçã, por exemplo, ocupamos o papel de consumidores primários. Já ao comer um bife, somos consumidores secundários, pois o boi, que come o capim, é consumidor primário.
Muitos outros animais também têm alimentação variada. Um organismo pode se alimentar de diferentes seres vivos, além de servir de alimento para diversos outros. O resultado é que as cadeias alimentares se cruzam na natureza, formando o que chamamos de teia alimentar.
Nas teias alimentares, um mesmo animal pode ocupar papéis diferentes, dependendo da cadeia envolvida. Na teia representada no esquema abaixo (siga as setas) o gavião ocupa tanto o papel de consumidor secundário quanto terciário.

               (Produtores)                          (Consumidor primário)        (Consumidor secundário)
            Plantas, frutos e sementes              Pica-Pau                  Gavião
ou
        (Produtores)              (Consumidor primário)  (Consumidor secundário)  (Consumidor terciário)
Plantas, frutos e sementes       Pica-Pau              Sucuri             Gavião


As plantas nunca mudam o seu papel: são sempre produtores. E todos os produtores e consumidores, estão ligados aos decompositores, que permitem a reciclagem da matéria orgânica no ambiente.


Acúmulo de substâncias na cadeia alimentar

No início dos anos 50, em um lago dos Estados Unidos, foi usado um inseticida, um produto químico que destrói mosquitos. A quantidade aplicada foi mínima.
Cinco anos depois, porém, começaram a aparecer mergulhões mortos no lago. Uma pesquisa mostrou que essas aves morreram intoxicadas pelo inseticida. Os pesquisadores descobriram que o inseticida havia entrado na cadeia alimentar. Primeiro, as algas microscópicas do lago absorveram o inseticida; depois, os peixes pequenos se alimentaram dessas algas; os peixes maiores comeram os menores; e por fim, os mergulhões comeram os peixes maiores.
O inseticida usado no lago pertencia a um grupo de substâncias que permaneceu no ambiente por centenas de anos sem se decompor, ou se decompondo muito lentamente. E, da mesma forma, quando ingeridas, essas substâncias em geral demoram bastante para serem eliminadas pelo organismo.
Outros exemplos de elementos que o organismo dos seres vivos tem dificuldade em decompor e eliminar são o chumbo e o mercúrio. Se ingeridas com determinada freqüência, essas substâncias vão se acumulando no organismo e provocando doenças.
Em  certas regiões do Brasil, os garimpeiros usam mercúrio para separar o ouro da areia. Uma parte do mercúrio se espalha na água e se perde. Resultado: os próprios garimpeiros correm risco de se contaminar diretamente e, além disso, as águas dos rios tornam-se perigosas, com alta taxa de mercúrio. Esse mercúrio pode, com o tempo, se depositar no corpo das pessoas que se alimentam de peixes. 

www.sobiologia.com.br/conteudos/Ecologia/Cadeiaalimentar

Componentes bióticos e abióticos do ecossistema

Componentes bióticos e abióticos do ecossistema


Introdução

Os ecossistemas são caracterizados pela existência de diversos fatores que se relacionam. Estes fatores ou componentes são divididos em bióticos e abióticos.

Componentes bióticos

São todos os seres vivos que atuam num determinado ecossistema como, por exemplo, os animais e vegetais.

Estes componentes podem ser divididos em dois grupos:

- Seres autótrofos: também conhecidos como organismos produtores, são aqueles que possuem a capacidade de produzir o próprio alimento. Este processo ocorre através da fotossíntese e quimiossíntese.

Exemplos: plantas angiospermas e algas aquáticas fotossintetizantes.

- Seres heterótrofos: são os organismos consumidores e decompositores de um ecossistema. Como não possuem a capacidade de produzir o próprio alimento, se alimentam de outros seres (animais e vegetais).

Os seres consumidores podem ser classificados em: primários (se alimentam de produtores. Exemplo: herbívoros); secundários (se alimentam de herbívoros. Exemplo: cobra); terciários ( se alimentam dos secundários. Exemplo: águia).

Os seres decompositores são aqueles que se alimentam de organismos mortos. Exemplos: bactérias e fungos.

Componentes abióticos

São os fatores físicos e químicos de um ecossistema. Estes fatores interagem entre si e com os fatores bióticos, garantindo o perfeito funcionamento dos ecossistemas em nosso planeta.

Exemplos de componentes abióticos:

- Luz solar (fator físico)

- Radiação solar (fator físico)

- Calor (fator físico)

- Umidade do ar (fator físico)

- Chuvas (fator físico)

- Nutrientes existentes na água e na terra (fator químico)

Características dos Seres Vivos

Características dos Seres Vivos
 Evolução


Além da característica de que os seres vivos são formados de células, existem outros aspectos que devem ser considerados, uma vez que se verificam somente entre eles. Os seres vivos, por exemplo, necessitam de alimento, passam por um ciclo de vida e são capazes de se reproduzir.

Os seres vivos necessitam de alimento

Uma pedra não precisa de nutrientes para se manter, ao contrário do que ocorre entre os seres vivos. É por meio dos alimentos que os seres vivos adquirem a matéria-prima para o crescimento, a renovação de células e a reprodução. São os alimentos também que fornecem a energia necessária para s realização de todas as atividades executadas pelo organismo.

As plantas produzem seu próprio alimento

Existem seres que são capazes de produzir seus próprios alimentos. Por isso são chamados de seres autotróficos. É o caso das plantas.
Toda planta faz fotossíntese, um processo de produção de alimentos que ocorre na natureza em presença da energia solar. Para realizar a fotossíntese é necessário que a planta tenha clorofila, um pigmento verde que absorve a energia solar; a planta necessita também de água e de sais minerais, que normalmente as raízes retiram do solo, e ainda de gás carbônico
(CO2) do ar atmosférico, que penetra na planta através das folhas.
A glicose é um dos produtos da fotossíntese. Outro produto é o gás oxigênio, que a planta libera para o ambiente. Com a glicose a planta fabrica outras substâncias, como o amido e a sacarose. O amido é encontrado, por exemplo, na "massinha branca" da batata e do feijão. A sacarose é o açúcar que costumamos usar para adoçar, por exemplo, o café e os sucos; ela é encontrada naturalmente da cana-de-açúcar.
A planta, dessa forma, se alimenta dos nutrientes que ela própria fabrica, a partir de energia luminosa, da água e do gás carbônico, obtido do ambiente em que vive.
Os sais minerais são indispensáveis para a ocorrência de inúmeros fenômenos que acontecem nos seres vivos. Os sais de magnésio, por exemplo, são necessários para a produção das clorofilas, uma vez que participam da constituição desses pigmentos. E, sem clorofila, a planta fica incapacitada para a realização da fotossíntese.


Os animais não produzem seus alimentos

Os animais, ao contrário das plantas, não produzem os seus alimentos. Por isso são chamados de seres heterotróficos.
Alguns só comem plantas (folhas, sementes, etc); são chamados os animais herbívoros. Outros só comem carne; são os carnívoros. Outros ainda nutrem-se de plantas e de outros animais; são os onívoros.

Os seres vivos nascem...e morrem

Os seres vivos nascem, desenvolvem-se, reproduzem-se, envelhecem e morrem.
Essas diferentes fases da vida de um ser constituem o seu ciclo de vida. Esse ciclo tem duração variável, de um tipo de ser vivo para outro.Veja alguns exemplos que indicam a duração média aproximada de vida de alguns animais.           
Arara: 60 anos
Crocodilo: 80 anos
Cabra: 17 anos
Elefante: 100 anos
Chimpanzé: 20 anos
Leão: 20 anos
Coelho: 7 anos
Porco: 10 anos
Coruja: 27 anos
Rato: 4 anos
O ciclo de vida pode durar minutos ou centenas de anos, conforme o ser vivo considerado. Algumas bactérias podem completar seu ciclo de vida em cerca de 30 minutos. Outros seres, como as sequóias e alguns tipos de pinheiro, podem viver
4 mil anos ou mais.         

Os seres vivos produzem seus descendentes

Todos os seres vivos têm capacidade de produzir descendentes, através da reprodução. O mecanismo de reprodução nos seres vivos é muito variado. Basicamente, tanto os seres unicelulares quanto os pluricelulares podem produzir-se de duas maneiras: assexuada e sexuadamente.
Na reprodução assexuada um único indivíduo origina outros, sem que haja troca de material genético através de células especiais para a reprodução.
Existem muitos tipos de reprodução assexuada, entre eles a cissiparidade ou bipartição, que são mais freqüentes entre os organismos unicelulares. Este tipo de reprodução consiste a célula simplesmente se dividir em duas partes, que passarão a representar dois novos seres.
Entre os seres pluricelulares, existem também aqueles que se reproduzem de forma assexuada: reprodução por esporos e reprodução por brotamento.


Reprodução por esporos

Nesse tipo de reprodução assexuada, o indivíduo produz esporos, células que conseguem germinar originando novos indivíduos, sem que haja fecundação.
A reprodução através de esporos pode ocorrer em organismos unicelulares, e em organismos pluricelulares.
Considerando os organismos pluricelulares, tomaremos como exemplo uma alga verde filamentosa do gênero Ulothrix, que vive fixa a um substrato. Essas algas, que vivem em água doce, produzem esporos que são liberados e nadam livremente até se fixarem em um meio adequado; cada esporo, então, pode germinar e formar um novo indivíduo.


Reprodução por brotamento

Este tipo de reprodução assexuada também ocorre em organismos unicelulares e organismos pluricelulares. Tomamos como exemplo a hidra, um animal invertebrado que vive em água doce. Em uma hidra adulta nasce naturalmente um broto, que pode se destacar e dar origem a outra hidra. 

A propagação vegetativa

É um tipo de reprodução assexuada muito comum em plantas diversas, como a batata comum, a cana-de-açúcar e a mandioca. Nesse caso utilizam-se normalmente pedaços de caule, que atuam como “mudas”. Os caules possuem gemas ou brotos, formados por células capazes de originar uma nova planta, em condições adequadas.

Reprodução sexuada

A reprodução sexuada ocorre quando há troca de material genético normalmente entre duas células sexuais chamadas gametas. (Alguns organismos unicelulares, como as bactérias, podem se reproduzir sexuadamente sem que haja formação de gametas. Nesse caso dois indivíduos podem se emparelhar temporariamente e trocar parte de seu material genético).
Na reprodução sexuada com participação de gametas, podemos reconhecer dois tipos de células: um gameta masculino e outro gameta feminino. Nos animais, os gametas masculinos são os espermatozoides, e o óvulo gameta feminino.

Existem dois tipos básicos de fecundação: a fecundação externa e a fecundação interna

Fecundação externa

A maioria dos ouriços-do-mar vive fixa nas rochas do mar. Em determinadas épocas do ano, os machos lançam seus espermatozoides na água. Ao mesmo tempo, as fêmeas lançam os seus óvulos. O encontro desses gametas ocorre na água e, portanto, fora dos organismos produtores de gametas.

Fecundação interna

Em outros animais, como os pássaros, o macho lança os espermatozóide dentro do corpo da fêmea. O encontro dos gametas ocorre no interior do corpo de um organismo produtor de gametas.
Existem os animais hermafroditas. Eles são, ao mesmo tempo, macho e fêmea. Um mesmo organismo produz tanto espermatozóides quanto óvulos, como acontece na minhoca.
Mas uma minhoca não fecunda ela mesma; aliás, os animais hermafroditas geralmente não se auto fecundam. Para haver reprodução, é necessário que duas minhocas se aproximem e se acasalem. Durante o acasalamento, as duas minhocas trocam espermatozóides e uma fecunda a outra. Os óvulos fecundados são liberados no solo no interior de um casulo; cada óvulo fecundado dará origem a uma nova minhoca.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Observando o Ciclo da Água

Para onde vai a água que entra no solo? (vai para dentro da terra, escoa para o lençol freático, é absorvida pelas plantas) Onde ela reaparece? (nas nascentes, nos rios) E quando ela evapora? Para onde vai? (para o céu, nas nuvens, vira chuva) e quando cai como chuva, para onde vai? (entra na terra, vai para os rios, vira enchente) E como a gente usa a água? Que água a gente usa? É a água da chuva? (da Sabesp, da torneira). Mas para ter água na torneira, de onde a empresa responsável pela distribuição da água retira a mesma ? (de lagos, de represas) Se a empresa responsável pela distribuição da água tirar a água da represa, a água da represa pode acabar? (não acaba porque chove). Por que às vezes tem racionamento de água? (porque falta água). Com essa discussão, o professor leva os alunos a pensarem sobre o ciclo da água na natureza e a nossa dependência desse ciclo para o abastecimento de água. E no terrário, para onde vai a água do terrário? O terrário está fechado, portanto não tem como a água escapar. O que acontece com ela?

Jardim garrafa: plantas florescem em ecossistema que não tem sido aberto desde 1972

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Tanto florescimento de vida vegetal em apenas uma garrafa. Será que isso é mesmo possível? Por mais incrível que pareça, esse jardim garrafa é ainda mais incrível do que parece: não tem sido aberto desde 1972.
David Latimer, 80 anos, é o dono deste curioso experimento que não tem tomado muito do seu tempo. A última vez que ele regou as plantas, o Brasil era governado pelo regime militar e Emílio Garrastazu Médici era presidente.
Mas como essas plantas sobrevivem? Seria uma montagem? De acordo com especialistas, não. É totalmente possível que plantas formem um miniecossistema que “cuida de si mesmo”. E, aparentemente, é o caso do jardim lacrado do Sr. Latimer (embora ninguém possa dizer com certeza se ele realmente não abre ou vem regando a garrafa com frequência).
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Jardim garrafa

No domingo de Páscoa de 1960, o Sr. Latimer pensou que seria divertido começar um jardim garrafa, por curiosidade.
Em um garrafão globular de cerca de 37 litros, Latimer derramou um pouco de composto e cuidadosamente colocou uma muda de plantas do gênero Tradescantia, usando um pedaço de arame.
Na época, colocou só um pouco de água, e apenas em 1972 deu outra “regada”. Desde então, o sistema tem prosperado, enchendo sua garrafa com folhagem saudável.
“O jardim fica em uma janela, para tomar um pouco de luz solar. As plantas crescem em direção à luz”, conta o Sr. Latimer.
Cientistas explicam que o jardim garrafa criou seu próprio ecossistema em miniatura. Apesar de ter sido cortado do mundo exterior, porque ainda está absorvendo luz, pode realizar fotossíntese, o processo pelo qual as plantas convertem luz solar em energia que precisam para crescer. A fotossíntese cria oxigênio e também coloca mais umidade no ar. A umidade se acumula no interior da garrafa e “chove” de volta na planta.
As folhas que apodrecem caem na parte inferior da garrafa, criando o dióxido de carbono necessário para a fotossíntese e os nutrientes que as plantas reabsorvem através das suas raízes.
A garrafa está atualmente em exposição sob as escadas no corredor da casa do Sr. Latimer em Cranleigh, Surrey (Reino Unido), no mesmo lugar que ocupou por 27 anos.
Segundo o designer de jardim e apresentador de televisão Chris Beardshaw, o jardim garrafa é um grande exemplo da maneira pela qual as plantas são capazes de se reciclar, e mostra a razão pela qual a NASA está interessada em levar plantas ao espaço.
“Plantas operam como purificadores, tirando poluentes no ar, de modo que uma estação espacial pode efetivamente se tornar autossustentável”, disse. “Este é um grande exemplo de quão pioneiras as plantas são, e como persistem dada as oportunidades”.
O Sr. Latimer espera passar o “experimento” adiante para seus filhos adultos uma vez que não estiver mais por perto. Se eles não quiserem, vai deixá-lo com a Royal Horticultural Society, uma sociedade britânica, para ver por quanto tempo esse ecossistema sustentável pode perdurar.
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O processo

Jardins garrafa só precisam de luz para sobreviver. Ela é absorvida sobre as folhas da planta pelas proteínas que contêm clorofila (um pigmento verde). Parte dessa energia da luz é armazenada sob a forma de trifosfato de adenosina (ATP), e o restante é usado para remover elétrons a partir da água absorvida do solo pelas raízes das plantas.
Estes elétrons então tornam-se “livres” e são usados em reações químicas que convertem o dióxido de carbono em carboidratos, liberando oxigênio. Este processo de fotossíntese é o oposto da respiração celular que ocorre em outros organismos, incluindo humanos, em que os carboidratos que contêm a energia reagem com o oxigênio para produzir dióxido de carbono e água e liberar energia química.
Mas o ecossistema também usa respiração celular para quebrar material em decomposição derramado pela própria planta no solo. Nesta parte do processo, as bactérias no interior do solo da garrafa absorvem oxigênio dos resíduos, liberando dióxido de carbono que a planta pode reutilizar.
E, claro, à noite, quando não há luz solar para conduzir a fotossíntese, a planta também utiliza a respiração celular para manter-se viva, quebrando os nutrientes armazenados.
Como o jardim garrafa é um ambiente fechado, o ciclo de água também é um processo de autocontido. A água na garrafa é absorvida pelas raízes das plantas, liberada para a atmosfera durante a transpiração, e condensada, onde o ciclo começa novamente.

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COMPASSO QUE VARIA DE PESSOA PARA PESSOA


PARA ALGUNS, ACORDAR CEDO É SINÔNIMO DE VITALIDADE E ENERGIA. PARA OUTROS, É COMO COMEÇAR O DIA COM O PÉ ESQUERDO. ENTENDA COMO A CRONOBIOLOGIA EXPLICA PORQUE UNS SOFREM MAIS QUE OUTROS COM A MUDANÇA DE HORÁRIO
ANA LAURA PARAGINSKI | alparaginski@ucs.br
Fotos de ClaudiaVelho
O ritmo circadiano é a maneira pela qual nosso organismo se adapta à duração do período claro (dia) e do período escuro (noite), de forma a sincronizar as funções fisiológicas com a duração de um dia (aproximadamente 24 horas). Por exemplo, o ciclo sono-vigília se organiza dentro do período das 24 horas de duração do dia. A oscilação da nossa temperatura corporal também obedece a um ritmo em que ela diminui de madrugada, e, perto da hora de acordar, volta a subir, e isso se repete todos os dias. Por isso, diz-se que a temperatura corporal apresenta um ritmo circadiano. "Essa adaptação se dá pela expressão de diferentes genes, os chamados genes do relógio. Nós temos um oscilador central localizado no nosso cérebro e que vai regular a expressão desses genes nos seus neurônios de acordo com a presença ou ausência da luz. Esse é o relógio biológico principal, chamado Núcleo Supraquiasmático (NSQ)", relata a professora do curso de Biologia da UCS e PhD em Cronobiologia Humana, Giovana Dantas de Araújo. Então, quando falam em relógio biológico, você pode estar ciente de que ele realmente existe e fica dentro da nossa cabeça. "A oscilação do núcleo supraquiasmático comanda oscilações em relógios secundários existentes em outros tecidos que também vão modificar a expressão de seus genes por ordem desse relógio central. Juntos, eles formam um sistema temporizador. A própria expressão gênica no núcleo também obedece a um ritmo circadiano, com genes que são expressos durante o dia e genes que são expressos durante a noite", ressalta Giovana.
MELATONINA: O HORMÔNIO DO ESCURECER
Ao escurecer, a ausência de luz provoca modificação nas células da retina implicadas na percepção da variação na luminosidade e não da visão. Estas disparam sinais que são enviados para ativar o núcleo supraquiasmático. Este, por sua vez, faz com que o gânglio cervical superior libere o neurotransmissor noradrenalina que estimula a glândula pineal a produzir e secretar a melatonina a partir do aminoácido triptofano. "A melatonina é o hormônio responsável por sinalizar o início da noite e sua duração e, assim, iniciando uma cascata de eventos fisiológicos justamente para preparar o organismo para o repouso", salienta a professora.



A principal enzima envolvida na síntese da melatonina, a N-acetiltransferase (NAT), é estimulada pela escuridão e a presença de luz faz com que ela seja destruída. Então, a própria luz, ou a sua ausência, é o sinal para começar e terminar o processo. Além disso, existe uma relação direta entre o aumento da disponibilidade de noradrenalina e o pico noturno de melatonina. Portanto, a secreção de melatonina também apresenta um ritmo diário. Sendo assim, o ritmo está presente em todos os seres humanos, inclusive nas pessoas cegas. Na verdade, todos os organismos apresentam um ritmo biológico.
"Como é possível notar, o nosso relógio biológico se sincroniza com a duração do dia e isso leva à sincronização de várias outras funções. Então, a presença da luz do dia é a principal pista ambiental que nós temos para acertar o relógio biológico, mas outras pistas também são importantes, desde que haja regularidade, ou seja, ocorram sempre em torno do mesmo horário. Estas são pistas sociais, como a hora do início do trabalho e a hora das principais refeições", comenta Giovana.
Pesquisas mostram que se as células NSQ são cultivadas in vitro, elas são capazes de manter seu próprio ritmo na ausência de sinais externos. Isso significa que o ritmo é gerado endogenamente em cada pessoa. Se cada pessoa gera seu próprio ritmo, existem diferenças de uma pessoa para outra e isso pode acarretar consequências que vão desde a adaptação mais rápida ou mais demorada ao início do horário de verão até a maior presença de sintomas depressivos em pessoas com determinado perfil cronobiológico.
VOCÊ É MATUTINO OU VESPERTINO?
Todo mundo conhece alguém que acorda super cedo com toda a energia. Chega no trabalho, agiliza as atividades e cumprimenta a todos com muita euforia. Mas também é conhecida aquela pessoa que tem dificuldade para acordar cedo, chega com "cara de velório", mas é a última a sair do trabalho, além de estar sempre disposta para aquele happy hour no final do dia e vai dormir depois da meia noite. Para essa pessoa, horário de verão é um horror. A essa diferença individual que diz respeito às variações na expressão rítmica dos padrões biológicos e comportamentos chamamos de cronotipo.
Embora sejamos a maioria do tipo indiferente, ou seja, "nem tão cedo e nem tão tarde", todos podemos reconhecer as características de um ou de outro tipo em nós mesmos. Portanto, conseguimos nos adaptar às rotinas de trabalho e estudo mais convencionais: acordar às 7h para estar no trabalho às 8h ou 8h30; realizar todas as nossas atividades até às 19h ou 19h30 para às 23h estar dormindo. Porém, existem pessoas que não são assim: ou são mais matutinas ou mais verpertinas, como nos exemplos do parágrafo anterior. Portanto, não convém ficar julgando as pessoas ou chamando-as de preguiçosas. Isso é um tipo biológico e está presente em muitas pessoas que pertencem ao nosso convívio diário.
A distribuição dos cronotipos na população é genética, mas o ambiente influencia e, além disso, a preferência matunidade-vespertinidade muda com a idade e com o sexo. Bebês são mais matutinos. Na adolescência, tornamo-nos mais vespertinos. O ápice da vespertinidade ocorre aos 19 anos para as mulheres e aos 21 para os homens. Depois, a maioria das pessoas passa a se aproximar da matutinidade, primeiro as mulheres, e os homens depois, aos 50. Então, no decorrer da vida, a maioria é indiferente, mas numa idade mais avançada vamos nos tornando mais matutinos.
JET LAG SOCIAL
Para pessoas mais matutinas ou mais vespertinas, os horários convencionais podem ser conflitantes com o tempo interno e tanto sua produtividade no trabalho, como sua qualidade de vida podem ficar comprometidas. Essa diferença entre o horário convencional e o horário ideal de cada pessoa é chamada de jet lag social porque, à semelhança do que acontece quando se viaja e se troca o fuso horário, o indivíduo fica dessincronizado.
A obrigação de acordar e dormir em horários biologicamente inadequados cria um conflito entre o sincronizador social (horário de trabalho/estudo) e o ritmo interno do indivíduo. Porém, a adaptação das funções fisiológicas, em virtude das mudanças ambientais sinalizadas pelo núcleo supraquiasmático, não ocorre de maneira adequada porque as variáveis fisiológicas se adaptam com a mesma velocidade ao horário: o NSQ "manda", mas algumas funções ?não obedecem?, e a própria expressão dos genes dentro do núcleo também fica descompassada.
Para a professora de Fisiologia da UCS, Claudia Adriana Bruscatto, o sono tem os objetivos de organizar as informações coletadas durante o dia e restaurar as fontes de energia. "Com as alterações do horário de verão, tanto para adiantar como para atrasar, o nosso relógio biológico é alterado e isso leva a resultados como sonolência durante o dia, irritabilidade, déficit de atenção, entre outros", explica Claudia. Para Giovana, o principal efeito dessas alterações, especialmente no ambiente de trabalho, é o impacto sobre a capacidade mental das pessoas, afetando memória e cognição, o que gera uma maior possibilidade de se cometer erros ou de ocasionar acidentes. "A exposição à luz artificial por longo tempo, como ocorrem em fábricas, hospitais, shoppings centers e outros locais, onde os trabalhadores não têm acesso à luz natural, é outro fator que pode acarretar em prejuízo para o ritmo biológico, bem como para o humor", ressalta.
Existem muitas evidências de que a sonolência e a fadiga causadas por desalinhamento circadiano e débito de sono têm sido as principais causas de acidentes graves e tragédias em indústrias e transporte e também a causa de erros médicos cometidos por plantonistas e residentes. O polimorfismo de alguns genes do relógio também pode predispor ao comprometimento cognitivo associado à ruptura de ritmo do ciclo sono-vigília, como ao observado na privação de sono durante a noite, mostrando que existe um componente genético que leva a diferenças individuais.

A INFLUÊNCIA DA LUZ
As principais fontes de luz artificial as quais estamos expostos são as lâmpadas fluorescentes, telas de computador, televisão e aparelhos celulares que emitem na faixa do comprimento de onda do azul, a mais comum atualmente. Essa exposição à luz artificial por um longo período, principalmente a partir do horário em que já escureceu, é prejudicial tanto para a regulação do ritmo biológico quanto para o humor, já que essa mesma via também se comunica com o sistema límbico, uma região cerebral importante para a regulação do humor. As células da retina que enviam informação através dessa via são extremamente sensíveis ao comprimento de onda do azul, enquanto são muito menos sensíveis para o comprimento na faixa do vermelho.
A compreensão da cronobiologia é fundamental para a organização do trabalho nessa sociedade que vive as 24 horas do dia. A adequação ambiental dos locais de trabalho também é muito importante, já que a luminosidade é o fator que mais fortemente influencia o ritmo biológico. Entender o impacto dos ritmos biológicos, principalmente do ritmo circadiano, a tipologia cronotípica sobre o rendimento de cada indivíduo, a cognição e o humor pode nos auxiliar a escolher os horários de trabalho de forma personalizada para que cada colaborador possa dar o seu melhor sem prejudicar sua qualidade de vida. Isso facilitaria as relações nos ambientes de trabalho, tornaria essas pessoas mais produtivas, mais satisfeitas consigo mesmas e mais comprometidas.

NÃO SOFRA TANTO COM A MUDANÇA DE HORÁRIO. SIGA ESTAS DICAS:
"Comece a modificar seus hábitos de dormir uns 2 ou 3 dias antes da mudança do horário. Procure deitar na cama um pouco mais cedo, isso faz com que o organismo vá se acalmando aos poucos. Praticar exercícios físicos melhora a qualidade do sono, porém nos primeiros dias, devem-se evitar exercícios intensos ao final do dia, pois com a prática nesse horário, aumenta a temperatura corporal e altera a produção de alguns hormônios, como o cortisol e isso dificulta ainda mais o 'pegar no sono' nos primeiros dias".
Prof. Claudia Adriana Bruscatto
"A forma como o ambiente é iluminado é mais importante que a quantidade de luz . A cor da luz pode ter um efeito devastador, principalmente em longo prazo. A troca das lâmpadas fluorescentes por aquelas que melhor imitam a luz natural é recomendada. Mesmo assim, o ideal é se expor o menos possível à luz após o anoitecer, para não prejudicar a produção de melatonina e não dessincronizar os relógios biológicos".
Prof. Giovana Dantas de Araújo

FONTE:
Revista UCS - É uma publicação bimestral da Universidade de Caxias do Sul que tem como objetivo discutir tópicos contemporâneos que respondam aos anseios da comunidade por conhecimento.

Ecossistemas Dependentes

      As zonas afóticas, destituídas de luz, como as zonas abissais dos mares, abrigam uma variedade relativamente grande de seres vivos, no entanto, essas regiões não são dotadas de seres produtores fotossintetizantes. Desconsiderando a atividade de produtores quimiossintetizantes, a existência de vida nas zonas afóticas deve-se à presença de cadeias alimentares iniciadas por animais detritívoros.
Os detritos orgânicos existentes nessas regiões são oriundos das partes iluminadas superficiais. Por isso, as zonas afóticas podem ser consideradas ecossistemas dependentes.
Sabendo que a energia química contida nos detritos orgânicos vindos das zonas iluminadas superficiais foi produzida à custa de energia luminosa, por meio da fotossíntese, pode-se concluir que mesmo os sares dessas regiões escuras são metabolicamente mantidos por esse tipo de energia.
        Em muitas cavernas escuras, os morcegos atuam como elementos mantenedores de vida. Esses animais, em última análise, constituem o elo entre o mundo aluminado e o mundo escuro das cavernas, trazendo para esses ambientes a energia química que adquiriram ao se alimentar de insetos ou de frutas quando voam durante a noite à cata de alimento. As fezes desses animais, ricas em nutrientes, tornam-se a principal fonte de alimento para a comunidade que habita a caverna: grilos, moscas, besouros e mariposas, entre outros seres. Tais animais, alimentando-se diretamente dos excrementos do morcego, servem, por sua vez, de alimento para seres como aranhas e centopéias. Assim, esses seres das cavernas escuras são também dependentes da energia solar.
    As cidades, assim como as zonas afóticas, são também consideradas ecossitemas dependentes, uma vez que a maior parte da energia biológica que garante sua manutenção é oriunda de outras áreas, as zonas rurais. Como conisderra Eugene P. Odum, no livro Ecologia (Rio de Janeiro, guanabara Koogan, 1988), as cidades são ecossistemas dependentes de grandes áreas externas para a obtenção de alimento, fibras, metais, água e outros materiais para a sustentação da vida e das atividades nelas processadas.


Fonte: Paulino Roberto Wilson. Biologia 3. Editora Àtica, 15ª edição. 2008

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Características Gerais dos Platelmintos

Características Gerais dos Platelmintos
Platelmintos é o nome de um grupo de vermes de corpo mole e geralmente achatado, que são em sua maioria parasitas de outros animais, embora haja alguns de vida livre.
Os platelmintos são animais cuja estrutura corporal é muito simples, existem mais de 20 mil espécies descritas, sendo bem conhecidas as tênias, os esquistossomos e as planárias.
As tênias, por exemplo, provocam doenças quando se come a carne de bovinos e suínos crua ou mal cozida, uma vez que elas estejam infectadas pelos ovos do verme.
Características Gerais dos Platelmintos
Foto de uma tênia no intestino humanoAnatomia, Fisiologia e Habitat
  • São animais terrestres ou aquáticos (água doce ou salgada);
  • Tem o corpo com simetria bilateral: quer dizer, os dois lados do corpo são semelhantes;
  • São acelomados: não há nenhuma cavidade corporal, o espaço entre os órgãos é preenchido por tecido conjuntivo;
  • Sistema Nervoso: possuem um par de gânglios cerebrais ligados a dois cordões nervosos longitudinais, dos quais partem nervos para todo corpo, levando os estímulos captados pelas células sensoriais;
  • Sistema Digestório incompleto: o alimento entra pela boca e enzimas digestórias, produzidas nas células especializadas das paredes da cavidade gastrovascular, atuam sobre ele. Os restos são eliminados pela boca;
  • Sistema Excretor: há protonefrídios (túbulos ramificados com células especializadas em absorver excreções acumulados entre os tecidos) com células-flamas (multiflageladas) ou solenócitos (único flagelo). Há poros excretores na superfície dorsal do corpo;
  • Sistema Circulatório ausente: a cavidade gastrovascular é muito ramificada e leva os nutrientes direto às células do corpo;
  • Sistema Respiratório ausente: trocas gasosas são feitas diretamente entre o ambiente e as células do corpo;
  • Sistema Reprodutor: a reprodução pode ser assexuada (como em algumas planárias que ocorre fragmentação) ou sexuada, algumas espécies de planárias e tênias são monoicas (hermafroditas) e os esquistossomos são dioicos. As planárias têm fecundação interna e desenvolvimento direto, enquanto os outros passam por fases larvais no desenvolvimento.
Ocorrência das Doenças
Características Gerais dos Platelmintos
Estrutura externa da Taenia solium
Em países da África e Ásia e em regiões mais pobres da América do Sul é comum a infestação dos vermes, visto que o saneamento é deficiente não há o mesmo controle que nos países da Europa, América do Norte e na Austrália, onde são poucos os casos de teníase, pois há inspeção das carnes para o consumo.
No Brasil é mais comum a Taenia solium, que infecta a carne de porco, portanto ela deve ser sempre bem cozida. Outra doença comum em África e Ásia que também ocorre no Brasil é a esquistossomose
Anelídeos
Os anelídeos são animais invertebrados de corpo mole, alongado, cilíndrico e dividido em anéis, apresentando uma nítida segmentação.
O filo Annelida apresenta 15 mil espécies, encontradas na água doce ou salgada e em solo úmido.
Os principais representantes dos anelídeos são as minhocas e as sanguessugas.

Características Gerais

Os anelídeos são animais triblásticos, celomados e com simetria bilateral.

Estrutura Corporal

O corpo dos anelídeos é composto por anéis (metâmeros) e revestido por celoma.
O celoma é uma cavidade corporal que se localiza no interior da mesoderme. É preenchido por um líquido chamado de fluido celômico, onde se alojam as vísceras do animal.
Na ausência de esqueleto, o celoma fornece a sustentação do corpo e auxilia na locomoção.

Sistema Digestório

Os anelídeos apresentam sistema digestório completo. Os órgãos digestivos em sequência são: a boca, o papo, a moela, o intestino e o ânus.
O alimento fica armazenado no papo, segue para a moela onde é triturado e no intestino ocorre a absorção dos nutrientes.
O modo de alimentação varia conforme a espécie, mas podem ser herbívoros, carnívoros e hematófagos.

Sistema Circulatório e Excretor

Os anelídeos possuem sistema circulatório fechado. Isso quer dizer que o sangue corre dentro de vasos. No sangue encontra-se a proteína hemoglobina, porém sem hemáceas.
O sistema circulatório é composto por dois vasos, um dorsal e outro ventral, além de um conjunto de vasos contráteis, que podem ser comparados aos corações.
Esses animais apresentam um par de nefrídios por segmento, os quais são responsáveis por retirar as excretas do sangue e do celoma.

Respiração

A pele fina e úmida dos anelídeos permite as trocas gasosas com o ambiente, o que caracteriza a respiração cutânea.
Os anelídeos aquáticos realizam a respiração branquial.

Sistema Nervoso

O sistema nervoso é do tipo ganglionar. É composto por um par de gânglios cerebrais, de onde partem dois cordões nervosos ventrais.
Ao longo dos cordões, há um par de gânglios em cada anel.

Reprodução

A reprodução dos anelídeos pode ser de forma assexuada ou sexuada.
Com exceção dos poliquetos que são dióicos, os demais anelídeos são monóicos (hermafroditas).
No caso dos monóicos, como a minhoca, existe uma porção do corpo que auxilia na reprodução, o clitelo.
O clitelo é um anel mais claro que libera um muco que ajuda na fixação de duas minhocas no momento da fecundação.
Saiba como ocorre a reprodução:
  1. As minhocas se colocam lado a lado e se unem, com as extremidades opostas, ou seja, orifício genital masculino com receptáculos seminais de cada uma;
  2. Nessa posição, os espermatozoides são liberados diretamente no receptáculo seminal;
  3. As minhocas se separam, cada uma carregando os espermatozoides da outra;
  4. Enquanto isso, os óvulos amadurecem e são eliminados no casulo, formado pelo muco secretado pelo clitelo;
  5. O casulo recobre a região do clitelo e conforme o movimento do animal, começa a se deslocar para a extremidade anterior;
  6. Ao passar pelo receptáculo seminal, os espermatozoides que estavam armazenados são eliminados sobre os óvulos, ocorrendo a fecundação;
  7. Após isso, o casulo termina de se deslocar e desprende-se do corpo da minhoca e fecha-se;
  8. No casulo que foi liberado os ovos desenvolvem-se dando origem as novas minhocas.

Classificação

Os anelídeos são classificados em três grupos, conforme a presença e ausência de cerdas.
  • Oligoquetas: Apresentam cerdas curtas e em pouca quantidade. São hermafroditas, encontrados meio terrestre úmido ou aquático. Exemplos: minhocas, tubifex e minhocuçu.
  • Hirudíneos ou Aquetas: Não apresentam cerdas. Vivem em meio aquático ou terrestre úmido. São hermafroditas. Exemplo: sanguessuga.
  • Poliquetas: Apresentam cerdas evidentes. Vivem em meio aquático. Exemplos: nereis e tubícolas.

Representantes

Conheça os principais representantes dos anelídeos:

Minhoca

As minhocas apresentam pele fina e úmida. Alguns anéis mais próximos da boca apresentam coloração mais clara e constitui o clitelo, utilizado na reprodução.
AnelídeosAs minhocas vivem em solo úmido
Nematelmintos
Nematelmintos ou nematódeos (filo Nematoda) são vermes cilíndricos, não segmentados, que incluem várias formas de parasitas, como as lombrigas ou Ascaris e os vermes ancilóstomos, causadores do amarelão e da elefantíase.
Muitos dos nematelmintos se desenvolvem na água e no solo úmido. Além dos nematelmintos, estes tipos de vermes estão distribuídos ainda entre os anelídeos e os platelmintos.

Características dos Nematelmintos

Os nematelmintos possuem uma ampla cavidade cheia de líquido entre o tubo digestivo e a parede corporal.
Serve como “esqueleto hidrostático”, que mantém a forma do animal e proporciona alguma sustentação. O líquido que ocupa a cavidade corporal permite a distribuição de várias substâncias, como nutrientes, resíduos e gases.
Nematelmintos
  • Digestão – os nematelmintos possuem um tubo digestivo completo, com boca e ânus, permitindo o animal ingerir alimentos que tenham partículas, que são processadas no interior do tubo digestivo.
  • Revestimento do corpo – possuem uma epiderme uni-estratificada, isto é, formada por uma única camada de células. Tem uma cutícula espessa e pouco distensível, que nos parasitas, os protege da ação das enzimas digestivas do hospedeiro. Sob a epiderme há uma camada muscular, cujas fibras se dispõem longitudinalmente.
  • Sistema nervoso – do tipo ganglionar, é formado por dois cordões longitudinais, um dorsal e outro ventral.
  • Sistema excretor – é formado por dois canais longitudinais, dispostos um em cada lado do tubo digestivo.
  • Reprodução – na cavidade corporal, alojam-se as gônadas: testículos ou ovários. O sistema reprodutor da lombriga é bastante desenvolvido, podendo produzir milhões de óvulos. Não têm nenhum tipo de cílio e os espermatozoides deslocam-se por movimentos ameboides.

Doenças transmitidas pelos nematelmintos

  • Ascaridíase – o parasita é o Ascaris lumbricoides, que mede, 15 cm a 30 cm. Habita no intestino delgado, onde vive dos alimentos ingeridos pela pessoa parasitada. O ser humano infectado elimina ovos para o meio ambiente. A infecção ocorre pela ingestão de água e de alimentos, principalmente verduras contendo ovos embrionários.
  • Ancilostomíase (amarelão) – os parasitas são o Ancylostoma duodenale e Necator americanus, que medem cerca de 10 mm. Vivem aderidos à mucosa do intestino delgado da pessoa parasitada, onde se alimentam do sangue. Os ovos são eliminados pela pessoa parasitada, se transformam em larvas. Penetram através da pele, alcançam as veias e chegam ao coração, daí seguem para os pulmões. A anemia é o principal sintoma dessa parasitose.
  • Filariose ou elefantíase– o parasita é o Wuchereria bancrofti. Os vermes adultos provocam inflamação dos vasos linfáticos, impedindo a drenagem de linfa. O acúmulo de linfa produz inchaço nos pés, pernas, mamas e bolsa escrotal. É transmitida pelo mosquito, que ao picar uma pessoa infectada, espalha as larvas para outras pessoas.
  • Bicho-geográfico(Larva migrans cutânea) – transmitida pelo parasita Ancylostoma brasiliense. Parasita do intestino de gatos e cães. Os ovos eclodem na areia e podem penetrar na pele humana sem, contudo atingir a circulação. A larva provoca lesão de contorno irregular, semelhante a um mapa.
Referência: