domingo, 15 de maio de 2022

GERMINAÇÃO

A germinação é o início ou retomada do crescimento de gemas, esporos ou sementes. A germinação da semente leva ao desenvolvimento de uma nova planta.
A germinação da semente é a retomada do crescimento do embrião.
A germinação da semente é a retomada do crescimento do embrião.

Germinação é a retomada do crescimento de um esporo, gema ou semente. Nesse texto, nosso enfoque será a germinação da semente, uma estrutura presente em gimnospermas e angiospermas que possui a função de garantir a perpetuação da espécie. A semente é constituída basicamente de um embrião, uma reserva de nutrientes e um envoltório.

Na germinação, o embrião retoma seu crescimento ativo, sendo essa retomada dependente de fatores externos, como a presença de água e temperatura adequada. Quando a germinação acontece, a primeira porção a emergir da semente é a raiz. Posteriormente, surge o sistema caulinar. A depender da forma como o processo ocorre, podemos chamar a germinação de epígea ou hipógea.

Resumo sobre germinação

  • A germinação da semente é o processo de retomada do crescimento do embrião.

  • Sementes são encontradas em gimnospermas e angiospermas.

  • São constituídas basicamente de um embrião, uma reserva de nutrientes e um envoltório.

  • Para germinar, as sementes dependem de fatores internos e externos. Água, temperatura e oxigênio são fatores externos importantes.

  • Sementes dormentes não germinam enquanto sinais específicos não quebram a sua dormência.

  • A germinação pode ser epígea ou hipógea.


Características gerais da semente e a sua importância para o vegetal

A semente apresenta como função basilar a garantia da propagação de uma espécie vegetal. Ela é uma estrutura exclusiva de gimnospermas e angiospermas, estando ausente em briófitas e pteridófitas.

Sua formação tem início após o processo de fecundação, sendo a semente definida, resumidamente, como um óvulo desenvolvido e fecundado. Em geral, a semente é formada por um embrião, uma reserva nutritiva e um envoltório, que se desenvolve a partir do tegumento do óvulo.

Para melhor compreender melhor a estrutura de uma semente, analisaremos dois tipos de sementes de angiosperma: a semente de uma monocotiledônea e a de uma eudicotiledônea. As sementes desses dois grupos de plantas diferenciam-se pelo número de cotilédones, que são as primeiras folhas da planta e estão relacionadas com a função de nutrição do embrião. Em monocotiledôneas, apenas um cotilédone está presente, enquanto em eudicotiledôneas observam-se dois.

Em algumas sementes, como a semente do feijão, os cotilédones, que apresentam um tamanho considerável, são armazenadores de reservas que ajudam a nutrir o embrião quando este retoma seu crescimento. Em outras sementes, como a semente do milho, o cotilédone está inserido no endosperma e absorve dele os nutrientes que foram digeridos devido à ação de enzimas, assumindo, portanto, a função de absorção.

Quando abrimos a semente de um grão de feijão (eudicotiledônea), podemos observar a presença de um eixo embrionário alongado ligado a dois cotilédones bem desenvolvidos ricos em amidoA região localizada acima do ponto de inserção dos cotilédones é chamada de epicótilo, e a primeira gema é denominada de plúmula.

Abaixo do ponto de inserção dos cotilédones situa-se o hipocótilo. Na extremidade do hipocótilo, fica uma raiz embrionária, também denominada radícula. Em algumas situações, a radícula não pode ser diferenciada, portanto, a região abaixo do cotilédone é chamada de eixo hipocótilo-radicular.

Ilustração das estruturas de uma semente de feijão e de uma semente de milho.

O milho, por ser uma monocotiledônea, apresenta apenas um cotilédone. Em gramíneas, o cotilédone é denominado escutelo e caracteriza-se por ser maciço. Nesse grupo de plantas, podemos perceber, ainda, que as regiões da plúmula e da radícula ficam envoltas por bainhas protetoras. A bainha que cobre a plúmula é chamada de coleóptilo, enquanto a que cobre a radícula é chamada de coleorriza.

Principais requisitos para a ocorrência da germinação

A germinação consiste na retomada do crescimento do embrião. Para que essa retomada aconteça, no entanto, alguns fatores devem agir sobre a semente. De início, é importante lembrar que uma semente, durante a sua fase de maturação, sofre intensa dessecação.

Isso faz com que a semente perca cerca de 90% ou mais da quantidade de água que possuía. Portanto, o metabolismo no interior da semente cai consideravelmente. Essa queda no metabolismo é importante para garantir que o embrião permaneça viável por um longo período.

Para que o crescimento seja retomado, um dos pontos fundamentais é garantir que as atividades metabólicas voltem a acontecer ativamente. Um dos processos que garantem a retomada dessas atividades é a absorção de água (embebição). Ao absorver água, as enzimas da semente são ativadas, garantindo, desse modo, a quebra e utilização das reservas nutritivas, as quais são essenciais para o desenvolvimento do embrião.

Além da água, outros dois fatores são importantes para a germinação: oxigênio e temperatura. O oxigênio é utilizado para a realização da rota aeróbica da quebra da glicose. Em solos pobres em oxigênio, como os pantanosos, o suprimento de oxigênio pode não ser suficiente para a planta iniciar seu desenvolvimento. A temperatura também é importante, pois cada semente apresenta uma faixa ótima de germinação, não germinando nem abaixo, nem acima da média de temperatura específica.


  • A dormência da sementes

A dormência da semente é um processo que se caracteriza pela não retomada do crescimento do embrião mesmo em condições externas favoráveis. O mecanismo de dormência é importante para a sobrevivência da planta, pois permite que ela germine somente em momentos em que há maior chance de desenvolvimento.

Para ser quebrada, a dormência necessita de sinais específicos, os quais variam entre as espécies. Certas sementes só germinam após passarem pelo trato digestivo de animais, um processo que garante maior dispersão da planta.

Em plantas do deserto, a germinação ocorre apenas após a chuva remover os fatores inibidores presentes em seu envoltório. Vale salientar que a germinação não ocorre após chuvas leves, pois estas não são suficientes para retirar todos os inibidores e, além disso, não forneceriam a quantidade de água de que a planta jovem necessitará para se desenvolver. Em plantas que vivem em locais onde incêndios naturais são comuns, muitas sementes só germinam após submetidas ao calor do fogo.

Crescimento do eixo embrionário na germinação

Quando a germinação acontece, há o rompimento do envoltório da semente e, na maioria das sementes, a emergência da raiz. A primeira raiz recebe o nome de raiz primária e é fundamental para fixar a planta no substrato e proporcionar absorção de água. À medida que a primeira raiz cresce, ela se subdivide, dando origem a um sistema ramificado. Nas monocotiledôneas, geralmente, a raiz principal apresenta vida curta, dando origem, na planta adulta, a um sistema de raízes adventícias.

Após a emergência da raiz, vemos o desenvolvimento do sistema caulinar. De acordo com a forma como o sistema caulinar emerge na semente, classifica-se a germinação em epígea ou hipógea.

  • Germinação epígea

Ilustração da germinação epígea.
Observe que na germinação epígea o gancho é formado pelo hipocótilo.

Esse tipo de germinação pode ser observado no feijão e se caracteriza pelo alongamento do hipocótilo. Essa parte do embrião se torna encurvada e forma uma espécie de gancho que, ao alcançar a superfície, se estica e puxa os cotilédones e a plúmula para acima do nível do solo.

  • Germinação hipógea

Ilustração da germinação hipógea.
Observe que na germinação hipógea o gancho é formado pelo epicótilo.

Esse tipo de germinação pode ser observado na ervilha e se caracteriza pelo alongamento do epicótilo. Nesse caso, o epicótilo forma o gancho e, ao se desdobrar, leva a plúmula para acima do solo. Como o alongamento ocorre no epicótilo, que fica acima do local de inserção dos cotilédones, estes permanecem no solo.

  • Germinação do milho: uma exceção

No milho, o desenvolvimento da planta jovem é diferente do que foi anteriormente discutido. Nessas monocotiledôneas, a primeira estrutura a emergir é a coleorriza, bainha que envolve a radícula. Após a coleorriza, a radícula se alonga. O coleóptilo então se estica e é empurrado para cima, até atingir a superfície. Ao chegar acima do solo, ele para de se alongar, e as primeiras folhas da plúmula surgem através de uma abertura em sua extremidade.

Por Vanessa Sardinha dos Santos


domingo, 1 de maio de 2022

CATÁLOGO DE HORTALIÇAS E SEUS BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE




CATÁLOGO DE HORTALIÇAS E SEUS BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE



 

Legumes e verduras: o que são? Entenda cada grupo alimentar e os seus benefícios

Você sabe diferenciar os legumes das verduras? Apesar de os dois serem hortaliças, esses alimentos possuem características próprias


Muito ouvimos falar sobre a importância de inserir os legumes e as verduras no dia a dia, certo? Afinal, ter um prato colorido e diversificado é a chave para se conquistar uma boa saúde e manter o corpo sempre em forma e nutrido. Porém, você sabe diferenciar esses alimentos? Não? Então veja um guia completo com os principais representantes desses dois grupos e os seus benefícios de consumo.

Diga com sinceridade, em uma feira ou no mercado, você sabe dizer quais alimentos são legumes e quais são verduras? Embora eles façam parte do mesmo grupo alimentar - o das hortaliças - cada um possui características bem peculiares. Para ajudar a sanar essas dúvidas, a nutricionista Daniella Chein destaca as principais diferenças:

"As verduras são plantas, folhas e flores comestíveis, geralmente em tons verdes. Exemplos: alface, couve, brócolis, espinafre, etc. Já os legumes são frutos salgados, onde aproveitamos quase tudo, como as cascas, os frutos, as sementes e até algumas raízes. Entre eles destacamos, por exemplo, a abóbora, cenoura e o rabanete", explica a profissional.

Muitos benefícios nutricionais - Não é à toa que uma boa salada com legumes e verduras é um dos pratos mais saudáveis e nutritivos de todos. Segundo a nutricionista, os benefícios desses alimentos são incontáveis: "Vão desde as vitaminas e minerais que ajudam a fortalecer o sistema imunológico até benefícios funcionais que, por serem alimentos ricos em fibras alimentares, ajudam a acelerar o trânsito intestinal e previnem as doenças cardiovasculares".

Verduras: Saiba quais são os alimentos desse grupo alimentar e os seus benefícios para a saúde
As verduras são conhecidas por serem alimentos de baixas calorias e também por possuírem pouca quantidade de carboidratos, sendo opções saudáveis para compor diversas refeições do nosso dia. São elas:

Alface fortalece o sistema imunológico
É uma das folhas mais populares das nossas saladas. A alface possui diversas variações: alface roxa, crespa, americana e lisa, são alguns exemplos. Além disso, essa verdura reúne uma grande concentração de vitaminas A, C e do complexo B, substâncias responsáveis por fortalecerem o sistema imunológico, prevenindo doenças e enfermidades no organismo, como gripes e resfriados.

Formas de consumo: Além das saladas, a alface pode ser consumida acompanhando pratos salgados, como o tradicional hambúrguer, ou até mesmo em bebidas, como o suco verde e chás.

Alcachofra previne doenças cardiovasculares
É uma verdura saborosa, dona de um quadro nutricional incrível. A flor possui minerais como ferro, responsável por prevenir a anemia; o cálcio, ideal para fortalecer a saúde dos músculos e ossos do corpo, além do potássio, que atua no controle da pressão arterial, prevenindo assim as doenças cardiovasculares.

Formas de consumo: Perfeita para ser consumida assada ou cozida a vapor, a alcachofra também pode ser servida em forma de chá, sendo uma boa opção para perder peso de forma saudável.

Agrião tem poucas calorias
A folha verde-escura é uma poderosa fonte de agentes antioxidantes que ajudam a combater as ações dos radicais livres no corpo, retardando assim o envelhecimento precoce das células e diminuindo os riscos de infecções no organismo. O agrião também possui poucas calorias, tornando-a uma boa alternativa para quem deseja perder alguns quilinhos de forma saudável e natural.

Formas de consumo: O alimento pode ser refogado com alho, cebola e azeite, acompanhando os pratos principais ou compor uma salada de folhas.

Brócolis possui uma boa quantidade de fibras alimentares
É um vegetal perfeito para qualquer refeição. Além de ser saboroso, é versátil e extremamente nutritivo. Ele possui uma boa quantidade de fibras alimentares, substâncias conhecidas por proporcionarem a sensação de saciedade, facilitarem o trânsito intestinal e a digestão. O vegetal também é rico em vitamina C, ajudando o organismo a ficar livre de doenças causadas pela baixa imunidade.

Formas de consumo: Cozido a vapor, em forma de suflê, compondo o arroz ou até assado e gratinado, o brócolis é sempre uma boa opção para uma refeição saudável.

Couve é rica em ômega 3
Essa verdura é rica em vitaminas do complexo B, nutrientes responsáveis por beneficiarem o sistema nervoso central e manterem o cérebro ativo e saudável. A couve também é rica em ômega 3, ácido graxo conhecido como gordura "boa", benéfico para a saúde cardiovascular, prevenindo infartos, derrames e outras complicações.

Formas de consumo: Ideal para ser consumida refogada, a couve pode ser feita com bacon vegano ou com o tradicional alho e cebola. A hortaliça também é perfeita para combinações de sucos.

Couve-flor favorece o emagrecimento
Da mesma família do brócolis, a couve-flor é um alimento saudável e nutritivo. Possui propriedades anti-inflamatórias, deixando o corpo livre de doenças, gripes e resfriados. O vegetal também é fonte de fibras alimentares que garante a saciedade no consumo, favorece o emagrecimento e o funcionamento do intestino, diminuindo assim o desenvolvimento da constipação e da prisão de ventre.

Formas de consumo: Bem como o brócolis, a couve-flor também pode ser consumida em formas de suflê, cozida, gratinada e até frita.

Espinafre é fonte de minerais
É uma das verduras mais saudáveis disponíveis para uma alimentação saudável. Fonte de ferro, fósforo e cálcio, o espinafre é responsável por ajudar na prevenção da anemia, fortalecer os ossos, músculos e dentes.

Formas de consumo: Na salada ou refogado, cru ou cozido, o espinafre cai bem com qualquer prato.

Legumes: Conheça os principais alimentos desse grupo e os seus benefícios
O termo legume é a forma popular para tratar o fruto das hortaliças. Embora também haja confusão, os legumes são diferentes das leguminosas. Enquanto os legumes são os alimentos em que as partes comestíveis dos frutos são integralmente consumidas, as leguminosas, por sua vez, têm apenas as sementes como fontes alimentares, por exemplo, os grãos produzidos em vagens, o feijão e a ervilha. Veja os principais exemplos da família dos legumes:

Abóbora ajuda na coagulação sanguínea
É um legume extremamente suculento e rico em nutrientes para a nossa saúde. Fonte de vitamina K, o alimento ajuda na coagulação sanguínea, ajudando na circulação do sangue. Ele também é fonte de vitamina C, responsável por fortalecer o sistema imunológico e prevenir as ações dos radicais livres no organismo.

Formas de consumo: Perfeitas para serem comidas cozidas no vapor ou em forma de purê, a abóbora se torna um bom acompanhamento para os pratos.

Abobrinha regula a pressão arterial
Versátil e nutritiva, a abobrinha é uma poderosa fonte de potássio para a nossa alimentação. O mineral contribui para a regulação da pressão arterial, ajudando também a regular os batimentos cardíacos e manter o coração saudável. A abobrinha também é rica em vitamina A, nutriente que beneficia a saúde dos olhos e previne a degeneração macular.

Formas de consumo: Assada, recheada, cozida... O que não faltam são opções saborosas para você degustar a abobrinha.

Chuchu ajuda a dar mais disposição
Para muitos, o chuchu é apenas mais um legume naquele refogado, porém, o legume merece um destaque pela a sua grandeza nutricional. É rico em vitamina C, substância que fortalece o sistema imunológico, previne gripes e resfriados e faz com que a pele se torne mais saudável e bonita. Além disso, o chuchu é rico em manganês, mineral que ajuda a gerar energia e garante uma boa disposição.

Formas de consumo: Em saladas ou refogados com carne moída, por exemplo, o chuchu é um vegetal de sabor sutil e bem versátil.

Berinjela dá saciedade ao corpo
Perfeita para uma dieta de perda de peso, a berinjela é um vegetal que fornece uma baixa quantidade de calorias e uma qualidade alimentar incrível. Ela é rica em fibras alimentares, que ajudam a proporcionar saciedade e previnem a prisão de ventre, além de carboidratos que aceleram os níveis de energia no organismo.

Formas de consumo: Assim como a abobrinha, a berinjela pode ser assada, gratinada, virar lasanha, chips saudáveis ou apenas ser cozida a vapor.

Cenoura deixa o bronzeado por mais tempo
Esse legume está sempre associado com o verão, já que o seu consumo ajuda a manter a pele saudável e garante uma maior durabilidade do bronzeado. Essas qualidades são garantidas devido a alta quantidade de betacaroteno, um poderoso agente antioxidante que também é responsável por prevenir o câncer e proteger a visão.

Formas de consumo: Bolo, suco, salada, refogada ou cozida, a cenoura é um vegetal que cai bem a qualquer hora.

Beterraba previne o envelhecimento precoce
Com um sabor adocicado e bastante peculiar, a beterraba também é dona de uma cor forte responsável por colorir todo o prato. Esse legume é fonte de antioxidantes e minerais como potássio, cálcio, ferro, zinco e magnésio que diminuem a pressão arterial, fortalecem o sistema imunológico, protegem os ossos e os músculos e ainda previnem o envelhecimento precoce das células do organismo.

Formas de consumo: Ralada e crua ou cozida em pedaços a beterraba é saborosa e irá compor deliciosas saladas.

Rabanete é ideal para a hidratação do corpo e da pele
Essa raiz é perfeita para entrar em diversos momentos do nosso dia, desde saladas, sopas até sucos e vitaminas. O rabanete possui poucas calorias, logo, não contribui com o ganho de peso, além de ser rica em fibras que ajudam a controlar o apetite. Também carrega uma boa quantidade de água, sendo ideal para a hidratação do corpo e da pele.

Formas de consumo: O rabanete pode se tornar creme, ser comido cru, assado ou cozido, compor sopas e se tornar um delicioso suco.

A importância do consumo das hortaliças na alimentação

O consumo das hortaliças tem recomendação diária de 400g por dia, segundo a OMS, Organização Mundial de Saúde, ou cinco porções, incluindo as frutas. Para a nutricionista Bianca Sermarini, além desses alimentos serem opções saudáveis para compor o cardápio da semana, eles contribuem com o bem-estar geral do organismo:

"As hortaliças possuem compostos bioativos ou fitoquímicos que previnem doenças como o câncer, por exemplo. E, para inserir no nosso cotidiano, basta acrescentá-los em preparações frescas como saladas e sucos. Ou em preparações que levem tratamento térmico como tortas, sopas e ensopados", indica a nutricionista.

* Bianca Sermarini (CRN: 06101147)é nutricionista mestre em Nutrição Humana pela UFRJ, atualmente trabalha com Nutrição Clínica e Ortomolecular

QUAL A IMPORTÂNCIA DAS HORTALIÇAS NA NOSSA ALIMENTAÇÃO

 Que as hortaliças possuem sua importância na nossa alimentação não é novidade, mas você sabe dizer o porquê? Não? Então, talvez esteja na hora de aprender um pouco mais sobre elas. Isso porque as hortaliças são fundamentais na nossa alimentação, trazendo uma série de benefícios para o nosso organismo. Saber disso é fundamental para que você não as esqueça na hora de preparar os alimentos ou se servir.

Primeiramente, vamos esclarecer o que são hortaliças, para que não restem dúvidas. Então: elas são um grande grupo de plantas alimentares caracterizadas pelo alto valor nutritivo – principalmente porque contêm vitaminas-, delicado sabor, pequeno porte e rápido crescimento.

Verduras X legumes

Por hortaliças, compreende-se as verduras e também os legumes. As verduras são as hortaliças cujas partes comestíveis são as folhas, flores, botões ou hastes. Por exemplo: acelga, agrião, aipo, alface, almeirão, brócolis, chicória, couve, couve-flor, escarola, espinafre, mostarda, repolho, rúcula, salsa e salsão. Enquanto os legumes são as hortaliças cujas partes comestíveis são os frutos, sementes ou as partes que se desenvolvem na terra. Por exemplo: cenoura, beterraba, abobrinha, abóbora, pepino e cebola.

A composição das hortaliças

Hortaliças são compostas majoritariamente por água

Embora pobres em calorias, as hortaliças são ricas em substâncias como vitaminas, minerais, fibras e fitoquímicos (componentes antioxidantes). Algumas também são fonte de carboidratos, proteínas e lipídeos. Além disso, todas as hortaliças (com exceção de tubérculos e raízes) são compostas majoritariamente por água.

Em relação às vitaminas, a única que você não vai encontrar nas hortaliças é a B12. Isso porque esta vitamina está presente apenas nos alimentos de origem animal. Por isso, quem possui uma dieta vegetariana estrita precisa suplementar, pois é possível desenvolver anemia em função da sua ausência.

A função das hortaliças

Uma dieta balanceada e diversificada é parte importante para quem deseja uma vida longa e saudável

Além de saciar a fome, os alimentos como um todo têm a função de suprir as necessidades nutricionais do organismo, que são variadas e visam promover o crescimento, fornecer energia para o trabalho, regular e manter o bom funcionamento dos órgãos e aumentar a resistência contra doenças. Por isso, há a necessidade de uma dieta balanceada e diversificada, uma vez que cada tipo de alimento possui uma função específica.

Assim sendo, as hortaliças destacam-se por sua função reguladora, uma vez que são fonte de substâncias tidas como fundamentais para o funcionamento adequado e harmônico do organismo. Em outras palavras, as hortaliças seriam para os seres humanos como os lubrificantes são para as máquinas, fazendo as engrenagens trabalharem de forma azeitada e sem trancos.

Prevenção de doenças

O consumo diário de hortaliças não só favorece o funcionamento do organismo como também é considerado uma forma de prevenir o aparecimento de doenças degenerativas ligadas ao envelhecimento do organismo. Por isso, incorporá-las à alimentação desde cedo pode ser encarado como um investimento para obter uma vida longa e saudável.

O fato de geralmente possuírem uma pequena quantidade de calorias também faz com que as hortaliças sejam importantes na prevenção à obesidade e às doenças crônicas associadas a esta condição, como, por exemplo, a diabetes e doenças do coração.

A melhor forma de consumir

Sempre que possível, escolha consumir as hortaliças de modo cru

No cozimento, por causa do seu aquecimento, verduras e legumes podem perder parte dos seus nutrientes e, assim, não gerar todos os benefícios esperados. Por isso, é importante atentar para a forma como você vai prepará-las, para haver o melhor aproveitamento possível das suas vitaminas e dos seus minerais.


Em função disso, nossa recomendação é para que se prefira consumir verduras e legumes de modo cru. Já quando for necessário refogar é importante dosar a temperatura, o tempo do cozimento e preferir cozê-las no vapor, uma vez que também pode haver perda de nutrientes para a água.

Viu só?Agora você já sabe mais sobre a importância das hortaliças na nossa alimentação. Então, não deixe de incorporá-las às suas refeições, ok?

Referências:

– Guia alimentar para a população brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
– Hortaliças em Revista. Distrito Federal: Embrapa Hortaliças, ano I, n. 2, Mar./Abr. 2012.
– Hortas : o produtor pergunta, a Embrapa responde / editores técnicos, Gilmar Paulo Henz, Flávia Aparecida de Alcântara. – Brasília, DF : Embrapa Informação Tecnológica, 2009.