terça-feira, 19 de abril de 2022

A ORIGEM DAS ESPÉCIES- CHARLES DARWIN

  A ORIGEM DAS ESPÉCIES ATRAVÉS DA SELECÇÃO NATURAL OU A PRESERVAÇÃO DAS RAÇAS FAVORECIDAS NA LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA

 CHARLES DARWIN


A Origem das Espécies é a obra de Darwin que mais impacto teve, por colocar em questão a ideia assente da criação divina das espécies e admitir que elas evoluem e se podem transformar noutras, o que implicitamente incluiria o homem. Darwin evitou cuidadosamente esta questão nesta obra, por achar que na altura da primeira edição a discussão estaria inquinada e sujeita a preconceitos, mas as bases já as tinha elaborado, ainda que só viesse discutir este assunto delicado 12 anos mais tarde, na sua outra obra seminal, A Ascendência do Homem, banindo definitivamente a nossa espécie do centro da criação e transformando-nos em animais quase tão banais como os outros. As reacções a estas obras foram violentas, mas os seus detractores foram perdendo argumentos, até que a genética moderna, iniciada com Mendel em 1865 (cujo trabalho permaneceu desconhecido de Darwin e da maioria dos naturalistas até ao final do séc. XIX), passando pela genética populacional de Wright, Fisher e Haldane, de 1918-1932, a bioquímica do DNA de Watson, Crick e Wilkins, em 1953, até à genética molecular dos nossos dias, cujo último avanço éa descodificação do genoma de numerosas espécies, veio corroborar a maioria das asserções de Darwin, que nem sequer conhecia os mecanismos de transmissão de caracteres e só podia especular, baseado nas suas muitas evidências e grande poder de observação e síntese. Na década de 40 do séc. XX, Mayr, Simpson e Dobzhansky refundaram o Darwinismo, acrescentando-lhe a componente genética e fundando a Teoria Sintética da Evolução, também conhecida por ‘Neodarwinismo’, tal como lhe chamou George John Romanes. Mas Darwin não se cingiu a estas duas obras, e o seu contributo para as ciências naturais é tão diverso que inclui a geologia, a paleontologia, a ecologia, a taxonomia, a agronomia, a produção animal e vegetal, a botânica, a anatomia, a fisiologia, a pedologia e até a psicologia. Esta última foi abordada em A Expressão das Emoções, que estudou o comportamento humano 18 anos antes de Freud ter editado o seu primeiro livro, e que é hoje uma referência na Psicologia contemporânea. Outras obras relevantes versam sobre a domesticação, a reprodução das orquídeas, a formação dos solos, os cirrípedes actuais e fósseis, ou a origem dos recifes de coral, tendo em todas estas áreas Darwin dado um contributo decisivo para conhecer os fundamentos de tão diferentes disciplinas. Manta Morta e Minhocas explicou a formação dos solos e foi a sua última obra, constituindo um inesperado sucesso editorial na sua época. Darwin abriu a mente para a diversidade biológica, ou para utilizar um termo actual e em voga, a biodiversidade, na sua famosa viagem à Volta do Mundo, uma colecção de livros sobre a fauna observada nessa viagem, Fauna da Viagem do Beagle, que seria a primeira obra do autor, e três obras sobre a geologia dos locais visitados, compilados nesta colecção como Geologia do Beagle. É certo que já antes manifestara profundo interesse pela história natural e essa viagem apenas viria ampliar os seus conhecimentos e a compreensão dos fenómenos naturais. Nessa longa viagem, teve acesso a uma enorme diversidade de espécies, vivas e fósseis, e de estruturas geológicas, que os seus conhecimentos anteriores como naturalista e a sua enorme curiosidade viriam a cimentar numa visão holística da natureza e que lhe permitiria questionar (mais tarde) a origem das espécies, bem como explicar as maravilhosas estruturas, belas e complexas que as constituem, através da luta pela sobrevivência e a selecção natural. E conseguiu compreender, mesmo sem saber como, que os caracteres parentais podem ser transmitidos aos descendentes (hoje sabemos que é através dos genes) e que podem sofrer modificações (mutações), originando a diversidade de indivíduos, que é a matéria-prima da selecção natural. Esse raciocínio, aparentemente simples, não pode deixar de nos maravilhar, por estar muito longe do pensamento da época. Só Wallace tinha conjecturado de forma semelhante, mas sem a capacidade argumentativa de Darwin. Tão radical é esta ideia que, ainda hoje, existe uma corrente que teima em questionar a evolução das espécies, apesar de todas as evidências a seu favor. Esta é a visão dos criacionistas, que fazem interpretações literais da bíblia, ou distorcem ou omitem factos para tornar as suas afirmações credíveis. Mas o criacionismo não é uma teoria, antes uma crença, já que não pode ser submetido ao método científico e corroborado por análises independentes, tornando-se, por isso, inútil a discussão em torno deste tema. Interessa mais compreender o contributo de Darwin para as ciências biológicas contemporâneas e para a sociedade em geral.


LIVRO

A ORIGEM DAS ESPÉCIES- CHARLES DARWIN



Trecho retirado do livro A origem das espécies publicado pela editora  PLANETA VIVO

Porto, Outubro de 2009 Jorge Vieira

FICHA TÉCNICA Tradução: Ana Afonso Revisão: Nuno Gomes Prefácio: Jorge Vieira Capa: Nuno Gomes Impressão e maquetagem: Multiponto, S.A. Planeta Vivo © Tradução da 6ª edição original e última revista por Darwin: The Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life. 6th Edition, with additions and corrections to 1872. John Murray, Albermarle Street, London, 1876. Primeira edição original: 24 de Novembro de 1859.


Sites, Blogs e Vídeos:

Resenha -A ORIGEM DAS ESPÉCIES E A SELEÇÃO NATURAL

1859 – Charles Darwin publica ‘A Origem das Espécies

Revista Super Interessante -A Origem das Espécies

Audiolivro COMPLETO "A ORIGEM DAS ESPÉCIES "


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