Interação gênica não epistática
Neste
tipo de herança genética, há dois pares de genes envolvidos que agem de maneira
semelhante aos genes do diibridismo clássico mendeliano. A diferença é que em
vez de duas características envolvidas (como a cor e a forma de uma ervilha),
apenas uma característica será produzida com a ação de dois genes, como, por
exemplo, o formato da crista em galinhas.
Tipos de crista de galinha
Neste
caso de interação gênica não epistática, há 4 resultados diferentes para uma
mesma característica: rosa, simples, ervilha e noz. A presença do alelo
dominante “E” determina a crista do tipo “ervilha”. Enquanto isso, a presença
do alelo dominante “R” determina a crista tipo “rosa”. Caso ambos os genes
estejam presentes no genótipo de um animal, eles irão interagir formando a
crista tipo “noz”.
Se ambos os genes dominantes estiverem
ausentes, há a formação de crista “simples”. Conseguiu entender? Está difícil?
Sem problemas, veja a tabelinha acima e compare com as imagens, para você
entender melhor.
Para
completar o estudo sobre a interação gênica não epistática, veja o esquema a
seguir com exemplos de cruzamentos:
O que é epistasia
Epistasia
é um tipo de herança em que a interação gênica de um par de alelos pode inibir
a ação de outro par. Os genes inibidores dos demais são chamados de
epistáticos. Existem dois tipos de epistasia: a recessiva e a dominante. Em
seguida vamos ver um pouco mais sobre cada uma.
Epistasia recessiva
A epistasia recessiva ocorre por ação de um
gene epistático recessivo (que só apresenta efeito em homozigose). Para
explicar este mecanismo, vamos utilizar o exemplo clássico para este tipo de
herança: a coloração dos pelos de ratos.
A cor dos
ratos depende de vários pares de alelos. De maneira simplificada, a cor dos
pelos é determinada por dois pares de genes. Em um dos pares está o alelo
dominante “A”, que determina a cor aguti ou selvagem para os ratos
(marrom-acinzentada, pois os pelos são pretos com uma faixa amarela na ponta)
e/ou o alelo recessivo “a”, que condiciona a cor preta uniforme.
Em outro
par de genes está o alelo dominante “C”, que produz uma enzima essencial
no processo de formação dos pigmentos dos pelos, e/ou o alelo recessivo “c”
que, em homozigose impede a produção da enzima. Dessa maneira, quando o rato
possui dois alelos “c” em seu genótipo, ele não conseguirá produzir pigmentos
em seus pelos, sendo totalmente branco ou albino. Veja o quadro abaixo
com os possíveis fenótipos e genótipos para a coloração dos pelos dos ratos:
Em
seguida, para completar o estudo sobre a interação gênica epistática recessiva,
veja o esquema a seguir com exemplos de cruzamentos:
Epistasia dominante
A
epistasia dominante ocorre quando um alelo dominante de um par de genes inibe a
ação de outro par de genes. Para explicar este mecanismo, vamos utilizar
o exemplo clássico para este tipo de herança: a coloração das cores das penas
em determinadas raças de galinha.
Nesse
caso, um gene epistático dominante “I” inibe a manifestação do gene C, que
produz cor. O alelo “i” não tem efeito inibidor e o alelo “c” não produz cor.
Dessa maneira, temos três resultados possíveis para este fenótipo: Leghorn
(branca por causa da presença do alelo I), Wyandotte (de cor branca por causa
da ausência do alelo C) e colorida. Para compreender melhor, veja a tabela a
seguir:
O que é poligenia ou herança quantitativa
Na
poligenia ou herança quantitativa dois ou mais pares de genes acumulam seus
efeitos, tendo uma série de fenótipos diferentes e gradativos entre si. Essas
características podem ter grande influência de fatores do ambiente, o que
aumenta ainda mais a variação de fenótipos. Esse tipo de herança explica, por
exemplo, a grande variedade de tons de pele presentes na população brasileira.
Neste caso não se sabe ao certo quantos genes estão envolvidos.
Mas,
digamos que nos genes que condicionam a cor da pele humana, os alelos
representados por letras maiúsculas condicionassem maior produção de melanina
(pigmento da pele) do que os representados por letras minúsculas. Assim, se
considerássemos hipoteticamente que a cor de pele é definida por dois pares de
genes que somam seus efeitos, indivíduos com genótipo AABB, por exemplo, teriam
o nível máximo de produção de melanina e seriam negros. Enquanto isso, os
indivíduos aabb, teriam produção mínima de melanina e seriam brancos.
Para entender melhor esse mecanismo de herança, veja o quadro de Punnett a seguir que exemplifica o cruzamento de diíbridos heterozigotos para a cor de pele:
Herança
Quantitativa
A herança quantitativa ou poligênica é um tipo de
interação gênica. Ocorre quando dois ou mais pares de alelos somam ou acumulam
seus efeitos, produzindo uma série de fenótipos diferentes entre si.
As características podem ainda sofrer a ação de
fatores do ambiente, o que aumenta a variação fenotípica.
Na herança quantitativa, o número de fenótipos
encontrados depende do número de alelos envolvidos. A quantidade de fenótipos
segue esta expressão: número de alelos + 1.
Exemplo: Se houver 4 alelos envolvidos, originam-se
5 fenótipos; Se houver 6 alelos, originam-se 7 fenótipos. E, assim por diante.
São exemplos de herança quantitativa, as
características de altura, peso e cor da pele e olhos de humanos.
Herança da cor da pele
na espécie humana
A cor da pele de humanos segue o padrão da herança
quantitativa, em que os alelos de cada gene somam seus efeitos.
A cor da pele classifica as pessoas em cinco
fenótipos básicos: negro, mulato escuro, mulato médio, mulato claro e branco.
Esses fenótipos são controlados por dois pares
de alelos (Aa
e Bb).
Os alelos maiúsculos (AB) condicionam a produção de
grande quantidade de melanina. Os alelos minúsculos (ab) são menos ativos na
produção de melanina.
Conforme a interação entre esses quatro genes,
localizados em cromossomos homólogos diferentes, temos os seguintes genótipos e
fenótipos:
Genótipos |
Fenótipos |
AABB |
Negro |
AABb ou AaBB |
Mulato escuro |
AAbb, aaBB ou AaBb |
Mulato médio |
Aabb ou aaBb |
Mulato claro |
aabb |
Branco |
A cor dos olhos de humanos também segue o padrão da
herança quantitativa. As diferentes cores dos olhos são produzidas devido a
diferentes quantidades de melanina.
Uma variedade de genes influenciam na produção de
melanina e, consequentemente, na coloração dos olhos.
O que diferencia a
herança quantitativa das demais heranças genéticas?
·
Variação gradual do fenótipo:
Usando como exemplo a cor da pele, existem dois
fenótipos extremos: o branco e o negro. Entretanto, entre esses dois extremos
existem diversos fenótipos intermediários.
·
Distribuição dos fenótipos em curva normal ou
de Gauss:
Os fenótipos extremos são encontrados em menor
quantidade. Enquanto que os fenótipos intermediários são observados com mais
frequência. Esse padrão de distribuição estabelece uma curva normal, chamada de
curva de Gauss.
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