terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS

 Taxonomia

Por que a classificação dos seres vivos é necessária? Bom, essa é uma pergunta bem simples de responder, na verdade. Se a organização é algo essencial para que as pessoas possam desenvolver suas atividades no dia a dia, para as ciências essa ferramenta também é muito importante.

De um modo geral, a classificação permite que as pessoas separem itens, tarefas ou trabalhos por características similares. E dentro das ciências biológicas isso não poderia ser diferente.


Vamos supor que em uma visita ao supermercado, um indivíduo põe os produtos alimentícios na parte superior e os de higiene pessoal e limpeza na parte inferior do carrinho. Isso é uma forma de separação certo? Esses itens foram divididos por categoria, para que o carrinho ficasse mais organizado e também para não misturar as compras.

Na biologia ocorre a mesma coisa. Os seres vivos são classificados e divididos por categorias para que seja possível conhecê-los, sistematicamente, de uma forma mais simples, e de acordo com suas especificidades.

Através da classificação dos seres vivos pode-se identificar, por exemplo, a que reino aquele organismo pertence, há quanto tempo existe, quais são suas espécies, como preservá-lo, qual sua função dentro da cadeia alimentar e muitas outras coisas.

Histórico


Ainda na Idade Clássica, Aristóteles propôs um modo de separação que dividia os seres vivos em plantas e animais. Os animais sofriam mais uma categorização segundo o habitat: terra, água ou ar. Esse é o modelo mais antigo de classificação dos seres vivos, mas serviu para inspirar os demais que viriam.


À medida em que novas espécies e ecossistemas iam sendo descobertos, novas categorizações foram acrescentadas ao sistema aristotélico. As plantas, por exemplo, estavam em uma única categoria, mas dessa forma não dava para fazer uma diferenciação quanto ao modelo de caule, formação de flores, cores e outros aspectos.


Com o avanço da ciência e o desenvolvimento de novas tecnologias, alguns campos se desenvolveram, o que permitiu uma melhor sistematização entre os seres. Com a microscopia, por exemplo, foi possível descobrir outros organismos que nem faziam parte do antigo sistema. 

Como ainda não tinha uma categoria criada para eles, esses seres microscópicos foram adicionados a grupos com outros seres, mesmo sem alguma conexão entre eles, como é o caso dos fungos, que foi acoplado ao conjunto das plantas e os protozoários que foi para o grupo dos animais.


Somente no século XVIII, o botânico Carolus Linnaeus elaborou uma forma de classificação dos seres vivos, dividindo-os em três reinos: mineral, vegetal e animal, e cinco categorias, eles se diferenciariam quanto à: Classe, Ordem, Gênero, Espécie e Variedade. Um século depois, outros reinos foram adicionais, e os organismos podiam ser agrupados em: 


  • Reino Monera
  • Reino Fungi
  • Reino Protista
  • Plantae
  • Animalia


Com novos avanços científicos foi possível estabelecer outras conexões entre os organismos. C Woese, um microbiologista americano, sugeriu a formação de três domínios que ficariam acima da categoria de Reino: Domínio Bacteria, Archaea e Eukarya.


Hoje em dia, o sistema de classificação dos seres vivos utilizados é o da taxonomia, que pertence ao ramo da Sistemática, dentro da Biologia.


flor branca

As plantas pertencem ao Reino Plantae, mas ainda podem ser subdivididas em vários grupos de acordo com sua estrutura e composição. (Imagem: Flickr)


Como ocorre a classificação dos seres vivos


Como explicado acima, a classificação dos seres vivos faz parte da Sistemática, ciência que estuda a relação entre os organismos e compreende a biodiversidade a partir da taxonomia, uma forma de classificação.


Na taxonomia, os seres são divididos em categorias denominadas de táxons. Existem nove táxons principais que formam uma escala crescente de sistematização, dessa forma, os maiores táxons agrupam os menores.


O menor táxon identifica os seres vivos por Espécie. Já as espécies estão agrupadas em Gêneros, que são associados às Famílias, e esta está incorporada à Ordem. A Ordem, por sua vez, está inclusa no táxon Classe, que está agrupada ao táxon Filo, que por fim, está incluído no táxon Reino.


A classificação das principais categorias taxonômicas fica da seguinte forma:


  • Reino - Maior unidade de classificação dos seres vivos. Agrupa Filos de organismos com as mesmas características.
  • Filos - Agrupam classes semelhantes.
  • Classes - Incluem seres de ordens semelhantes.
  • Famílias - Composta por organismos de gêneros semelhantes
  • Gêneros - Agrupa Espécies semelhantes
As espécies são a categoria mais básica de classificação dos seres vivos.
 
Atualmente, existe a possibilidade dos reinos serem agrupados no táxon Domínio ou Super Reino e este último, fazer parte do Super Domínio. O Super Domínio é um tipo de classificação que divide os seres em Biota (seres vivos) e Abiota (organismos que não são considerados seres vivos, como os vírus).


Veja o exemplo abaixo da classificação taxonômica da espécie humana:

Exemplo: Ser Humano.
Super Domínio: Biota;
Domínio: Eukarya;
Reino: Animalia;
Filo: Chordata;
Classe: Mammalia;
Ordem: Primatas;
Família: Hominidae;
Gênero: Homo sapiens;


É importante salientar que existem normas para escrita da espécie. O nome deve estar em latim e deve ser composto, sendo que o primeiro nome tem que ser escrito em letra maiúscula e o segundo em minúscula. A primeira parte do nome representa o gênero e a segunda a espécie. Além disso, o nome deve estar em itálico ou sublinhado.



















Fonte:https://www.educamaisbrasil.com.br/
          https://www.youtube.com



A CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS

 

O que é Classificação dos seres vivos? Para quê serve?

Desde a antiguidade, os seres humanos sentiam a necessidade de agrupar e identificar as coisas, para ter um melhor entendimento e organização. Com os seres vivos não foi diferente, e desde então têm-se agrupado seres vivosclassificando-os de acordo com suas características comuns.

Essas primeiras classificações eram básicas, tendo como referências formas, tamanhos, habitat, alimentação. Com o avanço das ciências, teorias como o evolucionismo foram incorporadas, além das contribuições da genética.

Assim, hoje existe uma área de estudo chamada Sistemática, responsável por oficializar medidas de agrupamento dos seres vivos, ou seja, as classificações.

A construção desse sistema permitiu conhecer e analisar a biodiversidade do planeta, esquematizar graus de parentesco e até estabelecer modelos com os processos adaptativos.

Esse sistema não obedece critérios rígidos e únicos, na realidade há teorias diferentes de organização e cada uma possui suas próprias regras. Todas trouxeram algum ponto útil e cada cientista é livre para escolher em qual delas se basear.

Classificações Básicas: alimentação, reprodução, habitat, nicho e nível trófico

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As classificações mais simples dos seres vivos são aprendidas desde pequenos, nas escolas e na própria família. Elas dizem respeito às características externas e observáveis, agrupando semelhantes.

Elas não obedecem necessariamente os padrões evolutivos, são empregadas principalmente para fins didáticos.

Classificação quanto ao habitat

Habitat é definido pela Ecologia como o local de vivência de uma espécie. Sabemos que o planeta Terra abriga diferentes esferas com seres que habitam cada uma delas. Assim, temos as seguintes possibilidades:

  • Terrestres: nome genérico para se referir a qualquer ser que vive em solo firme.
  • Aquáticos: refere-se a qualquer ser que viva em meio a água, seja doce ou salgada.
  • Marinhos: nome que designa os seres aquáticos típicos de água salgada.
  • Subterrâneos: seres que vivem embaixo do solo
  • Aéreos: seres que possuem a capacidade de voar e passam boa parte da vida assim
  • Cavernícolas: seres que vivem especificamente dentro de cavernas e tocas
  • Lacustres: vivem no habitat específicos dos lagos e lagoas

Existem vários outros nomes para ambientes cada vez mais específicos, esses são apenas alguns exemplos!

Classificação quanto ao nicho

Nicho é o conceito que abrange modos e comportamentos dos seres, portanto é muito amplo. Sobre os modos alimentares falaremos nos próximos tópicos, mas aqui deixamos uma classificação quanto ao relógio biológico:

  • Noturno: seres que estão ativos à noite, são adaptados a esse cenário e descansam de dia
  • Diurno: seres que são ativos de dia e descansam à noite

Classificação quanto à alimentação

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Existem três formas principais de agrupar os seres quando falamos em alimentação: podem ser de acordo com o tipo de comida ingerida, com o processo ou com as relações ecológicas.

De acordo com o processo de obtenção temos as categorias:

  • Seres Autótrofos: são capazes de sintetizar o próprio alimento, podendo ser dos tipos: fotossíntese (alimento obtido por utilização da luz e clorofila) e quimiossíntese (utilizam compostos químicos inorgânicos para produzir matéria orgânica). Ex: Reino Plantae e alguns seres do Reino Monera e Protista.
  • Seres Heterótrofos: não são capazes de sintetizar o alimento, portanto, precisam consumir outros seres vivos ou a matéria orgânica produzida por um autótrofo. Ex: todos os seres do Reino Animal e Fungi.

De acordo com o tipo de comida temos as categorias:

  • Herbívoros: alimentam-se apenas de plantas, grama, folhas e vegetais. Ex: Zebras, Girafas, Elefantes, Gnu, Ovelha, Vaca, etc.
  • Carnívoros: alimentam-se pautados no consumo de carne. Ex: Leão, Tigre, Urso, Leopardo, Lobo, etc.
  • Frugívoros: sua alimentação é à base de frutas. Ex: alguns Morcegos e Aves.
  • Onívoros: animais que têm uma dieta diversificada, podendo comer de todas as outras. Ex: Humano, Porco, Chimpanzé, etc.
  • Cropófago: é o animal que pode se alimentar dos excrementos de outros. Exemplo disso é a Hiena, que come fezes de outros animais na ausência de caça ou carcaças.
  • Hematófago: é o ser que se alimenta diretamente de sangue. Ex: Insetos, Sanguessugas e Morcegos.
  • Detritívoro, Saprófago ou Necrófago: o ser que se alimenta de matérias já em processo de decomposição. Ex: Hienas e Urubus.

De acordo com as relações ecológicas temos as categorias:

  • Predação: um ser caça o outro, travando lutas e prejuízos a um dos lados, ou a ambos.
  • Herbivoria: é o ato de comer plantas, não constitui predação porque as plantas são imóveis. 
  • Parasitismo: são seres que se hospedam em outros seres vivos, alimentando-se da energia deles e trazendo prejuízos para a vítima. Ex: vermes no Humano.
  • Mutualismo: relações que ambos os seres vivos se beneficiam um ao outro, podendo envolver questões de nutrição, como a formação de líquens (algas + fungos).
  • Comensalismo: uma espécie se beneficia de outra, e esta outra não sofre efeitos nem positivos nem negativos. Ex: peixes que andam próximos ao tubarão para comer os restos da caça que sobrarem na água.

Classificação quanto à reprodução

A reprodução pode ser de dois grandes tipos com subdivisões dentro deles:

Dentro da Assexuada existem:

  • Brotamento
  • Fragmentação
  • Estrobilização
  • Esporulação
  • Divisão binária
  • Partenogênese
  • Fissão

Dentro da Sexuada existem:

  • Fecundação interna ou externa
  • Ser dióico ou monóico
  • Desenvolvimento direto ou indireto
  • Cuidado parental ou ausência dele
  • Fecundação cruzada ou autofecundação
  • Ciclos haplontes ou diplontes

Classificação quanto ao nível trófico

Dentro de um ecossistema, os seres vivos estabelecem relações ecológicas que compõe um macroprocesso chamado de Teia e Cadeia alimentar. A Cadeia possui níveis de acordo com o papel que o ser desempenha, ou seja, o nível trófico que ocupa:

  • Produtores: estão na base da cadeia ocupando o primeiro nível, representados pelas plantas, que são autotróficas.
  • Consumidores primários: ocupam o segundo nível trófico e são os que se alimentam dos produtores, os heterótrofos herbívoros.
  • Consumidores secundários: ocupam o terceiro nível trófico e são seres heterótrofos carnívoros ou onívoros, que se alimentam dos produtores primários.
  • Consumidores terciários: a lógica permanece a mesma, portanto ocupam o quarto nível tróficos e alimentam-se dos consumidores terciários.
  • Decompositores: são seres que reciclam a matéria orgânica e permitem a dispersão de nutrientes, alimentam-se dos restos de qualquer ser vivo que morrer , transformando seus compostos em matérias disponíveis no ambiente. Ex: fungos e bactérias.

Histórico – das primeiras às recentes teorias de classificação dos seres vivos

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Muito antes do modelo atual se consolidar, Aristóteles, na Grécia antiga, já notado algumas diferentes entre os seres e resolveu fazer uma primitiva classificação:

  • Seres com sangue vermelho
  • Seres com sangue de qualquer outra cor

Curioso não é? Ele deixou as plantas de fora e nem fazia ideia de que existiam seres microscópicos. Mas, dentro de sua realidade, observou a diferença de complexidade dos seres com sangue vermelho ou não e, posteriormente, dividiu: 

  • Seres da terra
  • Seres da água
  • Seres do mar

Com a descoberta de novas terras, novas espécies de seres vivos foram encontradas e o sistema aristotélico foi sendo incrementado. Reconheceram as plantas e agruparam-nas todas em um único espaço, sem considerar formação de flores, frutos e sementes.

Já no século XVIII, Carlos Von Linné, mais conhecido como Lineu; aprimorou o sistema de forma marcante, Em 1735, elaborou o Systema Naturae, composto por 7 categorias também chamadas de Táxons

Isso só foi possível pela invenção do microscópio e  a partir desse sistema elaborou o modelo atualmente mais usado de classificação: a Taxonomia.

Recentemente, no século XX, um cientista chamado Robert Whittaker fez alguns acréscimos! Também no mesmo século, o microbiologista Carl Woese fez um novo adendo, dando mais precisão ao estudo dos seres vivos e olhando para os seres microscópicos.

Vamos entender essa teoria!

Classificação dos seres vivos pela Taxonomia – Reinos e Tabelas

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Com a descoberta de Lineu e sua obra “Systema Naturae”, uma hierarquia de 7 táxons foi proposta. Com o passar dos anos ela foi sendo aperfeiçoada e hoje é conhecida como Taxonomia. 

Confira o artigo específico sobre Taxonomia com sua história, como funciona, importância e exemplos

Vamos ficar aqui apenas com um resumo. Os 7 táxon são:

  • Reino
  • Filo
  • Classe
  • Ordem
  • Família
  • Gênero
  • Espécie

5 são os Reinos:

  • Monera
  • Fungi
  • Protista
  • Plantae 
  • Animália

Cada um deles é subdivido em Filos, que são subdivididos em Classes e por aí vai. Toda essa estrutura foi incrementada pela teoria da evolução e a descoberta da genética, criando um verdadeiro sistema de comparação!

Recentemente, no século XX, um cientista chamado Robert Whittaker fez alguns acréscimos! A tabela colocada acima ilustra um pouco disso!

Também no mesmo século, o microbiologista Carl Woese fez um novo adendo, dando mais precisão ao estudo dos seres vivos e olhando para os seres microscópicos. Essas alterações incluíam os Reinos em uma nova categoria maior, os Domínios.

Hoje, consideramos que há 3 Domínios: 

  • Archea
  • Bacteria
  • Eukarya 

Pra ficar mais claro, acompanhe o exemplo:

  • Nome científico do ser humano: Homo sapiens

O nome da espécie possui todas as regras do Sistema Binomial da Taxonomia. Então o esquema ficaria assim:

  • Domínio: Eucarya
  • Reino: Animalia
  • Filo: Cordados
  • Classe: Mamíferos
  • Ordem: Primates
  • Família: Homini
  • Gênero: Homo
  • Espécie: Homo Sapiens

Por meio desse esquema, podemos ver que o Ser Humano é muito mais próximo do macaco que do Elefante. Todos os três pertencem à Classe dos mamíferos, mas os primatas têm um grau de parentesco maior, compartilham a mesma Ordem com os humanos.

A partir de 1960, o sistema taxonômico ganhou outro possível formato, o esquema chamado de árvore filogenética. Ele estabelece visivelmente as relações de parentesco de ancestralidade entre as espécies analisadas. 

Veja o exemplo deste tipo de classificação dos seres vivos:

infografico-ou-esquema-da-arvore-da-vida- classificação dos seres vivos


Fonte:https://beduka.com/blog/materias/biologia/