Dynastor darius' é uma lagarta de aparência curiosa. Seu corpo verde e longo é pontuado por uma cabeça distintamente preta, coberta de pelos. Porém, essa aparência é rapidamente modificada durante o processo de metamorfose e ela então se transforma em uma crisálida de aparência muito, mas muito, interessante - com uma aparência semelhante à uma cobra. Essa nova aparência é tão interessante, que eu particularmente achei um dos melhores exemplos de mimetismo.
Camuflagem e mimetismo
Os conceitos de mimetismo e camuflagem são bastante confundidos. Entenda a diferença entre eles:
- Mimetismo: Os seres assemelham-se uns com os outros para obter alguma vantagem.
- Camuflagem: Os seres assemelham-se com o ambiente em que vivem para se esconderem de predadores ou surpreender as presas.
O mimetismo é uma característica adaptativa de animais ou plantas de imitar outro organismo e assim obter vantagens.
Da mesma forma como ocorre na camuflagem, o objetivo principal do mimetismo é a defesa contra predadores.
A camuflagem é uma estratégia de defesa na qual os seres vivos assemelham-se com o ambiente em que vivem.
Nesse caso, os indivíduos de uma espécie podem apresentar coloração, formato ou textura semelhante ao do ambiente e assim passar despercebidos por seu predador.
Porém, o mesmo mecanismo também pode ser utilizado por alguns predadores para surpreender as suas presas.
Camuflagem
A camuflagem é um resultado da seleção natural e representa uma adaptação que garante a sobrevivência das espécies no ambiente.
Existem dois tipos de camuflagem:
- Homocromia: Quando o indivíduo apresenta coloração semelhante a do ambiente.
- Homotipia: Quando o indivíduo apresenta a estrutura corporal que confunde-se com elementos do ambiente.
Exemplos
Na natureza podemos encontrar diferentes exemplos de camuflagem, alguns casos são bem curiosos por tamanha semelhança entre o ser vivo e o ambiente.
Conheça alguns exemplos:
Bicho-pau
O bicho-pau é um inseto e representa um exemplo de homotipia. Desse modo, ele pode passar despercebido entre galhos de árvores.
Pássaro urutau
O pássaro urutau é uma ave noturna e com uma plumagem adaptada para a camuflagem. Ele costuma ficar paralisado em troncos de árvores para não ser percebido por seus predadores.
Camaleão
O camaleão é um lagarto com excelente capacidade de se camuflar, representando um dos melhores exemplos da natureza.
Eles podem alterar a sua coloração em função de sua temperatura ou de sua interação com outros indivíduos, além da própria capacidade de camuflagem.
As corujas podem facilmente se camuflar em troncos de árvores. O fato da coloração de suas penas serem parecidas com o ambiente, faz com que a coruja passe despercebida.
Mimetismo
O mimetismo é uma característica adaptativa de animais ou plantas de imitar outro organismo para obter vantagens.
Entre os maiores objetivos do mimetismo está a proteção contra predadores. Há, também, outras funções, como obter vantagem no acasalamento, alimentação ou confundir a presa.
O organismo imitador usa estratégias como seguir padrão das cores, odor, emissão de som e características físicas do organismo modelo.
Os insetos são os exemplos de organismos que mais se utilizam do mimetismo. Para as adaptações, se valem de características químicas, físicas e comportamentais.
A seleção natural é o processo responsável por tornar as espécies miméticas.
Mimetismo Batesiano
O mimetismo batesiano é considerado o tipo mais comum na natureza. Os primeiros estudos sobre o fenômeno foram publicados pelo naturalista inglês Henry Walter Bates (1825-1892), em 1863.
Bates observou o comportamento de insetos na Amazônia e percebeu as adaptações físicas de borboletas para garantir proteção contra predadores.
Nesse tipo de mimetismo, o imitador tenta enganar o predador usando cores e características que causam repulsa.
As cores e a forma são sinais de alerta para que o predador se afaste porque o organismo não é palatável ou é indesejável. Essa estratégia chama-se coloração de advertência ou aposematismo.
O predador se mantém longe porque o organismo utiliza cores fortes e formas específicas condizentes com seu potencial de toxidade.
As mesmas cores e formas são copiadas pelo agente imitador. Assim, o predador se afasta por acreditar que, tal como o modelo, o imitador contém substâncias venenosas, ferrões, espinhos ou pelos que causam coceiras.
Mimetismo Mulleriano
O uso de substâncias repugnantes ao predador também foi descrito pelo cientista Johann Friedrich Theodor Müller (1822-1897). É o chamado mimetismo mulleriano, comum em espécies abundantes, como insetos.
O mimetismo mulleriano ocorre quando duas ou mais espécies impalatáveis adotam um único padrão de coloração de advertência. Dessa forma, conseguem evitam um número maior de inimigos naturais.
Mimetismo Agressivo
O mimetismo agressivo é usado para facilitar o ataque do predador, que se disfarça de presa ou reproduz situações inofensivas.
Entre os exemplos estão as aranhas Myrmarachne, que mudam suas características físicas para ficaram semelhantes às formigas, suas presas.
Mimetismo Reprodutivo
O mimetismo reprodutivo também é chamado de mimetismo comportamental. Ele é usado para vencer a competição no momento da reprodução.
Entre os exemplos está o da vespa macho, que passa a imitar o comportamento da fêmea para enganar e afastar outros machos.
Porém, o mimetismo reprodutivo não é uma característica exclusiva dos animais, as plantas também podem obter vantagens ao mimetizar. Um exemplo é o da orquídea Ophrys apifera, que imita a fêmea da abelha.
Essa planta também libera um odor semelhante ao da abelha e atrai o macho. Assim, o zangão copula com a flor por acreditar ser a abelha.
Na ação, fica com o corpo recoberto de pólen, que será espalhado para outras plantas, auxiliando na reprodução da orquídea.
FONTE:
http://euquerobiologia.blogspot.com/
https://www.todamateria.com.br/mimetismo/
https://www.todamateria.com.br/camuflagem/
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