terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

A CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS

 

O que é Classificação dos seres vivos? Para quê serve?

Desde a antiguidade, os seres humanos sentiam a necessidade de agrupar e identificar as coisas, para ter um melhor entendimento e organização. Com os seres vivos não foi diferente, e desde então têm-se agrupado seres vivosclassificando-os de acordo com suas características comuns.

Essas primeiras classificações eram básicas, tendo como referências formas, tamanhos, habitat, alimentação. Com o avanço das ciências, teorias como o evolucionismo foram incorporadas, além das contribuições da genética.

Assim, hoje existe uma área de estudo chamada Sistemática, responsável por oficializar medidas de agrupamento dos seres vivos, ou seja, as classificações.

A construção desse sistema permitiu conhecer e analisar a biodiversidade do planeta, esquematizar graus de parentesco e até estabelecer modelos com os processos adaptativos.

Esse sistema não obedece critérios rígidos e únicos, na realidade há teorias diferentes de organização e cada uma possui suas próprias regras. Todas trouxeram algum ponto útil e cada cientista é livre para escolher em qual delas se basear.

Classificações Básicas: alimentação, reprodução, habitat, nicho e nível trófico

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As classificações mais simples dos seres vivos são aprendidas desde pequenos, nas escolas e na própria família. Elas dizem respeito às características externas e observáveis, agrupando semelhantes.

Elas não obedecem necessariamente os padrões evolutivos, são empregadas principalmente para fins didáticos.

Classificação quanto ao habitat

Habitat é definido pela Ecologia como o local de vivência de uma espécie. Sabemos que o planeta Terra abriga diferentes esferas com seres que habitam cada uma delas. Assim, temos as seguintes possibilidades:

  • Terrestres: nome genérico para se referir a qualquer ser que vive em solo firme.
  • Aquáticos: refere-se a qualquer ser que viva em meio a água, seja doce ou salgada.
  • Marinhos: nome que designa os seres aquáticos típicos de água salgada.
  • Subterrâneos: seres que vivem embaixo do solo
  • Aéreos: seres que possuem a capacidade de voar e passam boa parte da vida assim
  • Cavernícolas: seres que vivem especificamente dentro de cavernas e tocas
  • Lacustres: vivem no habitat específicos dos lagos e lagoas

Existem vários outros nomes para ambientes cada vez mais específicos, esses são apenas alguns exemplos!

Classificação quanto ao nicho

Nicho é o conceito que abrange modos e comportamentos dos seres, portanto é muito amplo. Sobre os modos alimentares falaremos nos próximos tópicos, mas aqui deixamos uma classificação quanto ao relógio biológico:

  • Noturno: seres que estão ativos à noite, são adaptados a esse cenário e descansam de dia
  • Diurno: seres que são ativos de dia e descansam à noite

Classificação quanto à alimentação

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Existem três formas principais de agrupar os seres quando falamos em alimentação: podem ser de acordo com o tipo de comida ingerida, com o processo ou com as relações ecológicas.

De acordo com o processo de obtenção temos as categorias:

  • Seres Autótrofos: são capazes de sintetizar o próprio alimento, podendo ser dos tipos: fotossíntese (alimento obtido por utilização da luz e clorofila) e quimiossíntese (utilizam compostos químicos inorgânicos para produzir matéria orgânica). Ex: Reino Plantae e alguns seres do Reino Monera e Protista.
  • Seres Heterótrofos: não são capazes de sintetizar o alimento, portanto, precisam consumir outros seres vivos ou a matéria orgânica produzida por um autótrofo. Ex: todos os seres do Reino Animal e Fungi.

De acordo com o tipo de comida temos as categorias:

  • Herbívoros: alimentam-se apenas de plantas, grama, folhas e vegetais. Ex: Zebras, Girafas, Elefantes, Gnu, Ovelha, Vaca, etc.
  • Carnívoros: alimentam-se pautados no consumo de carne. Ex: Leão, Tigre, Urso, Leopardo, Lobo, etc.
  • Frugívoros: sua alimentação é à base de frutas. Ex: alguns Morcegos e Aves.
  • Onívoros: animais que têm uma dieta diversificada, podendo comer de todas as outras. Ex: Humano, Porco, Chimpanzé, etc.
  • Cropófago: é o animal que pode se alimentar dos excrementos de outros. Exemplo disso é a Hiena, que come fezes de outros animais na ausência de caça ou carcaças.
  • Hematófago: é o ser que se alimenta diretamente de sangue. Ex: Insetos, Sanguessugas e Morcegos.
  • Detritívoro, Saprófago ou Necrófago: o ser que se alimenta de matérias já em processo de decomposição. Ex: Hienas e Urubus.

De acordo com as relações ecológicas temos as categorias:

  • Predação: um ser caça o outro, travando lutas e prejuízos a um dos lados, ou a ambos.
  • Herbivoria: é o ato de comer plantas, não constitui predação porque as plantas são imóveis. 
  • Parasitismo: são seres que se hospedam em outros seres vivos, alimentando-se da energia deles e trazendo prejuízos para a vítima. Ex: vermes no Humano.
  • Mutualismo: relações que ambos os seres vivos se beneficiam um ao outro, podendo envolver questões de nutrição, como a formação de líquens (algas + fungos).
  • Comensalismo: uma espécie se beneficia de outra, e esta outra não sofre efeitos nem positivos nem negativos. Ex: peixes que andam próximos ao tubarão para comer os restos da caça que sobrarem na água.

Classificação quanto à reprodução

A reprodução pode ser de dois grandes tipos com subdivisões dentro deles:

Dentro da Assexuada existem:

  • Brotamento
  • Fragmentação
  • Estrobilização
  • Esporulação
  • Divisão binária
  • Partenogênese
  • Fissão

Dentro da Sexuada existem:

  • Fecundação interna ou externa
  • Ser dióico ou monóico
  • Desenvolvimento direto ou indireto
  • Cuidado parental ou ausência dele
  • Fecundação cruzada ou autofecundação
  • Ciclos haplontes ou diplontes

Classificação quanto ao nível trófico

Dentro de um ecossistema, os seres vivos estabelecem relações ecológicas que compõe um macroprocesso chamado de Teia e Cadeia alimentar. A Cadeia possui níveis de acordo com o papel que o ser desempenha, ou seja, o nível trófico que ocupa:

  • Produtores: estão na base da cadeia ocupando o primeiro nível, representados pelas plantas, que são autotróficas.
  • Consumidores primários: ocupam o segundo nível trófico e são os que se alimentam dos produtores, os heterótrofos herbívoros.
  • Consumidores secundários: ocupam o terceiro nível trófico e são seres heterótrofos carnívoros ou onívoros, que se alimentam dos produtores primários.
  • Consumidores terciários: a lógica permanece a mesma, portanto ocupam o quarto nível tróficos e alimentam-se dos consumidores terciários.
  • Decompositores: são seres que reciclam a matéria orgânica e permitem a dispersão de nutrientes, alimentam-se dos restos de qualquer ser vivo que morrer , transformando seus compostos em matérias disponíveis no ambiente. Ex: fungos e bactérias.

Histórico – das primeiras às recentes teorias de classificação dos seres vivos

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Muito antes do modelo atual se consolidar, Aristóteles, na Grécia antiga, já notado algumas diferentes entre os seres e resolveu fazer uma primitiva classificação:

  • Seres com sangue vermelho
  • Seres com sangue de qualquer outra cor

Curioso não é? Ele deixou as plantas de fora e nem fazia ideia de que existiam seres microscópicos. Mas, dentro de sua realidade, observou a diferença de complexidade dos seres com sangue vermelho ou não e, posteriormente, dividiu: 

  • Seres da terra
  • Seres da água
  • Seres do mar

Com a descoberta de novas terras, novas espécies de seres vivos foram encontradas e o sistema aristotélico foi sendo incrementado. Reconheceram as plantas e agruparam-nas todas em um único espaço, sem considerar formação de flores, frutos e sementes.

Já no século XVIII, Carlos Von Linné, mais conhecido como Lineu; aprimorou o sistema de forma marcante, Em 1735, elaborou o Systema Naturae, composto por 7 categorias também chamadas de Táxons

Isso só foi possível pela invenção do microscópio e  a partir desse sistema elaborou o modelo atualmente mais usado de classificação: a Taxonomia.

Recentemente, no século XX, um cientista chamado Robert Whittaker fez alguns acréscimos! Também no mesmo século, o microbiologista Carl Woese fez um novo adendo, dando mais precisão ao estudo dos seres vivos e olhando para os seres microscópicos.

Vamos entender essa teoria!

Classificação dos seres vivos pela Taxonomia – Reinos e Tabelas

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Com a descoberta de Lineu e sua obra “Systema Naturae”, uma hierarquia de 7 táxons foi proposta. Com o passar dos anos ela foi sendo aperfeiçoada e hoje é conhecida como Taxonomia. 

Confira o artigo específico sobre Taxonomia com sua história, como funciona, importância e exemplos

Vamos ficar aqui apenas com um resumo. Os 7 táxon são:

  • Reino
  • Filo
  • Classe
  • Ordem
  • Família
  • Gênero
  • Espécie

5 são os Reinos:

  • Monera
  • Fungi
  • Protista
  • Plantae 
  • Animália

Cada um deles é subdivido em Filos, que são subdivididos em Classes e por aí vai. Toda essa estrutura foi incrementada pela teoria da evolução e a descoberta da genética, criando um verdadeiro sistema de comparação!

Recentemente, no século XX, um cientista chamado Robert Whittaker fez alguns acréscimos! A tabela colocada acima ilustra um pouco disso!

Também no mesmo século, o microbiologista Carl Woese fez um novo adendo, dando mais precisão ao estudo dos seres vivos e olhando para os seres microscópicos. Essas alterações incluíam os Reinos em uma nova categoria maior, os Domínios.

Hoje, consideramos que há 3 Domínios: 

  • Archea
  • Bacteria
  • Eukarya 

Pra ficar mais claro, acompanhe o exemplo:

  • Nome científico do ser humano: Homo sapiens

O nome da espécie possui todas as regras do Sistema Binomial da Taxonomia. Então o esquema ficaria assim:

  • Domínio: Eucarya
  • Reino: Animalia
  • Filo: Cordados
  • Classe: Mamíferos
  • Ordem: Primates
  • Família: Homini
  • Gênero: Homo
  • Espécie: Homo Sapiens

Por meio desse esquema, podemos ver que o Ser Humano é muito mais próximo do macaco que do Elefante. Todos os três pertencem à Classe dos mamíferos, mas os primatas têm um grau de parentesco maior, compartilham a mesma Ordem com os humanos.

A partir de 1960, o sistema taxonômico ganhou outro possível formato, o esquema chamado de árvore filogenética. Ele estabelece visivelmente as relações de parentesco de ancestralidade entre as espécies analisadas. 

Veja o exemplo deste tipo de classificação dos seres vivos:

infografico-ou-esquema-da-arvore-da-vida- classificação dos seres vivos


Fonte:https://beduka.com/blog/materias/biologia/




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