Taxonomia
Por que a classificação dos seres vivos é necessária? Bom, essa é uma pergunta bem simples de responder, na verdade. Se a organização é algo essencial para que as pessoas possam desenvolver suas atividades no dia a dia, para as ciências essa ferramenta também é muito importante.
De um modo geral, a classificação permite que as pessoas separem itens, tarefas ou trabalhos por características similares. E dentro das ciências biológicas isso não poderia ser diferente.
Vamos supor que em uma visita ao supermercado, um indivíduo põe os produtos alimentícios na parte superior e os de higiene pessoal e limpeza na parte inferior do carrinho. Isso é uma forma de separação certo? Esses itens foram divididos por categoria, para que o carrinho ficasse mais organizado e também para não misturar as compras.
Na biologia ocorre a mesma coisa. Os seres vivos são classificados e divididos por categorias para que seja possível conhecê-los, sistematicamente, de uma forma mais simples, e de acordo com suas especificidades.
Através da classificação dos seres vivos pode-se identificar, por exemplo, a que reino aquele organismo pertence, há quanto tempo existe, quais são suas espécies, como preservá-lo, qual sua função dentro da cadeia alimentar e muitas outras coisas.
Histórico
Ainda na Idade Clássica, Aristóteles propôs um modo de separação que dividia os seres vivos em plantas e animais. Os animais sofriam mais uma categorização segundo o habitat: terra, água ou ar. Esse é o modelo mais antigo de classificação dos seres vivos, mas serviu para inspirar os demais que viriam.
À medida em que novas espécies e ecossistemas iam sendo descobertos, novas categorizações foram acrescentadas ao sistema aristotélico. As plantas, por exemplo, estavam em uma única categoria, mas dessa forma não dava para fazer uma diferenciação quanto ao modelo de caule, formação de flores, cores e outros aspectos.
Com o avanço da ciência e o desenvolvimento de novas tecnologias, alguns campos se desenvolveram, o que permitiu uma melhor sistematização entre os seres. Com a microscopia, por exemplo, foi possível descobrir outros organismos que nem faziam parte do antigo sistema.
Como ainda não tinha uma categoria criada para eles, esses seres microscópicos foram adicionados a grupos com outros seres, mesmo sem alguma conexão entre eles, como é o caso dos fungos, que foi acoplado ao conjunto das plantas e os protozoários que foi para o grupo dos animais.
Somente no século XVIII, o botânico Carolus Linnaeus elaborou uma forma de classificação dos seres vivos, dividindo-os em três reinos: mineral, vegetal e animal, e cinco categorias, eles se diferenciariam quanto à: Classe, Ordem, Gênero, Espécie e Variedade. Um século depois, outros reinos foram adicionais, e os organismos podiam ser agrupados em:
- Reino Monera
- Reino Fungi
- Reino Protista
- Plantae
- Animalia
Com novos avanços científicos foi possível estabelecer outras conexões entre os organismos. C Woese, um microbiologista americano, sugeriu a formação de três domínios que ficariam acima da categoria de Reino: Domínio Bacteria, Archaea e Eukarya.
Hoje em dia, o sistema de classificação dos seres vivos utilizados é o da taxonomia, que pertence ao ramo da Sistemática, dentro da Biologia.
As plantas pertencem ao Reino Plantae, mas ainda podem ser subdivididas em vários grupos de acordo com sua estrutura e composição. (Imagem: Flickr)
Como ocorre a classificação dos seres vivos
Como explicado acima, a classificação dos seres vivos faz parte da Sistemática, ciência que estuda a relação entre os organismos e compreende a biodiversidade a partir da taxonomia, uma forma de classificação.
Na taxonomia, os seres são divididos em categorias denominadas de táxons. Existem nove táxons principais que formam uma escala crescente de sistematização, dessa forma, os maiores táxons agrupam os menores.
O menor táxon identifica os seres vivos por Espécie. Já as espécies estão agrupadas em Gêneros, que são associados às Famílias, e esta está incorporada à Ordem. A Ordem, por sua vez, está inclusa no táxon Classe, que está agrupada ao táxon Filo, que por fim, está incluído no táxon Reino.
A classificação das principais categorias taxonômicas fica da seguinte forma:
- Reino - Maior unidade de classificação dos seres vivos. Agrupa Filos de organismos com as mesmas características.
- Filos - Agrupam classes semelhantes.
- Classes - Incluem seres de ordens semelhantes.
- Famílias - Composta por organismos de gêneros semelhantes
- Gêneros - Agrupa Espécies semelhantes
As espécies são a categoria mais básica de classificação dos seres vivos.
Atualmente, existe a possibilidade dos reinos serem agrupados no táxon Domínio ou Super Reino e este último, fazer parte do Super Domínio. O Super Domínio é um tipo de classificação que divide os seres em Biota (seres vivos) e Abiota (organismos que não são considerados seres vivos, como os vírus).
Veja o exemplo abaixo da classificação taxonômica da espécie humana:
Exemplo: Ser Humano.
Super Domínio: Biota;
Domínio: Eukarya;
Reino: Animalia;
Filo: Chordata;
Classe: Mammalia;
Ordem: Primatas;
Família: Hominidae;
Gênero: Homo sapiens;
É importante salientar que existem normas para escrita da espécie. O nome deve estar em latim e deve ser composto, sendo que o primeiro nome tem que ser escrito em letra maiúscula e o segundo em minúscula. A primeira parte do nome representa o gênero e a segunda a espécie. Além disso, o nome deve estar em itálico ou sublinhado.
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